Hartmut Schwarzbach, fotógrafo alemão que se dedica há 20 anos a captar as condições de vida na Ásia e África, venceu o primeiro prémio com uma imagem de crianças a recolher lixo na baía de Malina, nas Filipinas. No Tondo, um bairro da capital das Filipinas, as crianças passam os dias a recolher garrafas de plástico que depois vem à indústria da reciclagem.

Apesar de o trabalho infantil ser ilegal no país, várias crianças recolhem lixo do mar, o que lhes dá um retorno de 90 cêntimos por dia. No Tondo, vivem 70 mil pessoas por quilómetro quadrado, onde a maioria vive em barracas feitas de ferro ondulado, papelão ou restos de madeira, sem rede de água potável.

Wenie Mahiya, que aparece em primeiro plano na fotografia, tem 13 anos, mas é frequente ver crianças com apenas sete anos a recolher lixo junto ao porto, infestado de ratos.

O segundo prémio foi atribuído ao australiano Andrew Quilty que concorreu com uma imagem com o título “Afeganistão: nenhuma medalha por coragem”.

O fotógrafo acrescenta à descrição da imagem que “aos soldados feridos em guerra são dadas medalhas, as crianças recebem uma prótese”. A fotografia retrata crianças da vila de Surkh Rod, feridas em guerra. A maioria perdeu uma ou duas pernas e viram a família morrer nos confrontos.

Em 2018, mais de 1.400 civis, dos quais 87% são crianças, morreram na sequência da explosão de minas, plantadas durante a guerra entre os talibã e as forças afegãs.

Ao espanhol Antonio Aragón Renuncio foi atribuído o terceiro prémio pela imagem de uma crianças trabalhadora nas minas de ouro do Burkina Faso.

De acordo com a Organização Internacional para o Trabalho, cerca de 152 milhões de crianças no mundo são forçadas a trabalhar, privando-as dos seus direitos fundamentais. Mais de 70 milhões destas crianças trabalha em minas, na indústria do têxtil e quintas, ou são exploradas sexualmente. Quase 25% tem menos de 12 anos.