Portugal não precisa de "socratismo, com Sócrates ou sem Sócrates", mas sim de uma visão "reformista" em matérias estruturais, como a Segurança Social, afirma o líder do PSD, Pedro Passos Coelho.

"Não precisamos de uma visão 'socratista' da sociedade. Bem sei que a que temos hoje" é "uma visão mais simpática, menos agreste", mas o país não precisa "de socratismo, com Sócrates ou sem Sócrates", disse, aludindo ao antigo primeiro-ministro socialista, José Sócrates.

O presidente do PSD, que discursava na sessão de apresentação do candidato do partido à Câmara de Évora, António Costa da Silva, nas autárquicas de 1 de Outubro, ironizou que a actuação do actual Governo do PS lhe transmite uma sensação de "déjà-vu".

"Vejo um Governo que está muito focado sempre na propaganda e no curto prazo e isso parece-me um certo déjà-vu, nós já vimos isto no passado. Eu sei que, quem está hoje no Governo não gosta" que se "recorde isso, mas é muito importante que ninguém se esqueça", afirmou.

Segundo o líder social-democrata, quando se quer "fazer alguma coisa diferente na vida", é preciso "viver menos de propaganda e do curto prazo e mais daquilo que é estrutural".

Insistindo que o país precisa de "reformismo" da parte do Governo, tal como já tinha dito aos jornalistas antes da cerimónia, Passos Coelho repetiu também que não vê do executivo liderado por António Costa essa "agenda reformista".

A questão da sustentabilidade da Segurança Social, frisou, é uma das áreas que necessita de ser reformada, para o líder do PSD, mas o que "está hoje em preparação" é "mais um saque contributivo, no fundo, para adiar o problema" porque o Governo "não quer fazer reforma nenhuma".

Com a questão dos trabalhadores precários é "a mesma conversa" e "vai render, pelo menos, ainda mais um ano ou ano e meio", de acordo com o presidente do PSD.

"Porque só daqui a um ano é que haverá lei no parlamento para regular esta matéria e, portanto, pelo menos durante um ano, toda a gente vai achar que pode deixar de ser precário e passar a ser efectivo na Função Pública. Não é mau", referiu.

Em relação à "disputa" da Câmara de Évora, nas eleições autárquicas deste ano, Passos Coelho argumentou que a anterior gestão camarária do PS foi "desastrosa", deixando o município "com uma dívida pesada", enquanto, a actual maioria CDU, representou um "regresso ao passado" e mostrou que "o passado não está a altura daquilo que são as expectativas para o futuro".

O candidato do PSD, contrapôs, "pode abrir um capítulo diferente no futuro de Évora".