Os ativistas da Greve Climática Estudantil que colocaram, na madrugada desta quarta-feira, uma faixa no topo do Banco de Portugal com o objetivo de alertar para a urgência do fim da utilização de combustíveis fósseis, foram detidos.

“Os estudantes foram detidos e estão na esquadra do Martim Moniz”, indica o grupo estudantil em comunicado.

Segundo revelou a PSP à Renascença, os três ativistas já foram libertados e só vão ser julgados a 2 de abril.

Na faixa de grandes dimensões podia ler-se: “Governo a defender o lucro fóssil=Resistência Estudantil. Fim ao Fóssil 2030”.

“O Governo que vai ser formado nos próximos dias não vai ter um plano para o fim ao fóssil nos prazos da ciência”, aponta Leonor Chicó, citada em comunicado.

Para estudante e porta-voz da ação, “o fim ao fóssil até 2030 não é negociável, é uma necessidade existencial”, defendendo que é possível “ter eletricidade 100% renovável e gratuita até ao próximo ano”, argumentando que “os obstáculos não são técnicos ou científicos”.

“O único obstáculo é a decisão política de colocar o lucro das empresas fósseis acima da nossa vida”, aponta.

Matilde Ventura, também porta-voz da ação, citada em comunicado, avisa que “os estudantes não vão dar paz a este Governo até que garanta o nosso futuro”, argumentando que “o ano passado foi o ano mais quente desde que há registo” e que “os próximos anos vão ser cruciais para o futuro da humanidade”.

“Sabemos que estamos do lado certo da história. Não consentimos que nos condenem em nome do lucro fóssil”, afirma.

Para maio, a Greve Climática Estudantil está a convocar uma onda de ações com o nome “Primavera Estudantil pelo Fim aos Fósseis” e os ativistas prometem “não dar paz às instituições de poder até que estas garantam uma transição justa nos prazos da ciência”.