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O presidente do grupo Promovalor e do Benfica considera que não tem a culpa do que aconteceu, nega que o único património em seu nome seja um palheiro e fugiu a dar pormenores sobre negócios no Brasil. "Isto é um trauma para mim", disse Luís Filipe Vieira na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco.

Questionado pelo deputado Hugo Carneiro, do PSD, sobre os negócios da Promovalor no Brasil, Luís Filipe Vieira disse que não queria entrar em detalhes.

"Isto é um trauma para mim. Chame o dr. Nuno Gaioso que ele poderá explicar", respondeu o presidente da Promovalor.

Vieira, o património e o palheiro

A deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, questionou se o único património de Luís Filipe Vieira é um palheiro com 162 metros quadrados, como refere um parecer do Fundo de Resolução.

O presidente do Benfica começou por referir que não está em incumprimento com o novo Banco. "Nunca fugi e apareci sempre e quando chegar a altura, se estiver em incumprimento, estarei presente e saberemos negociar isso tudo", afirmou.

Perante a insistência da deputada, Luís Filipe Vieira admitiu não ser verdade que o único património em seu nome é um palheiro e disse que o Novo Banco nunca tentou executar qualquer dívida.

“Neste momento não estou em incumprimento com o BES nem com ninguém. No dia em que chegar a alguma situação com o BES tenho que cumprir com o que está acordado. Mas quero dizer-lhe que não é esse o património que eu tenho."


Questionado se tem mais património, Vieira admitiu que sim, mas não quis dar mais pormenores: “Não sei qual é a necessidade de dizer o meu património, neste momento".

“Essa informação não é verdadeira, eu não vivo aí, tenho mais do que uma casa. Não há necessidade de estar a dizer-lhe hoje o que é meu ou da minha família por causa de um aval que eu não tenho neste momento nenhuma incompatibilidade com o Novo Banco nem com ninguém. O plano para a resolução do meu caso chega sobeja. Tem é que ser bem gerido."

Luís Filipe Vieira admite que nunca pediram um levantamento do seu património no caso do Novo Banco e diz que foi apanhado de surpresa com a "implosão" do BES.

“Eu acho que ninguém me pediu um levantamento do meu património. Nunca. Nesta atividade as pessoas conhecem-se e eu não tenho a culpa do que me sucedeu. Eu tenho 42 anos de empresário e nunca tive um incumprimento com ninguém. Quem incumpriu eu não sei, porque o banco é que caiu e eu fui apanhado de surpresa.”

“Aquilo é a mesma coisa de eu entrar no elevador e o elevador cair cá em baixo", comparou Luís Filipe Vieira.

O empresário garante que “o que existe dentro do BES se for desenvolvido o dinheiro dá para pagar a totalidade da divida do BES e sobra dinheiro”.

O presidente da Promovalor, Luís Filipe Vieira, disse no parlamento que a dívida da empresa ao Novo Banco ascendia aos 227,3 milhões de euros em 2017, transferindo o seu património para um fundo que a reestruturou.

"Em setembro de 2017, a dívida do Grupo Promovalor ao Novo Banco ascendia a 227,3 milhões de euros", dos quais 217 milhões referentes a capital, 8,9 milhões a juros e 1,4 milhões a comissões bancárias, disse hoje Luís Filipe Vieira na Assembleia da República (AR).