O mercado da aviação confronta-se com inúmeros desafios desde o início da pandemia. Não é um lugar comum dizer que a Covid19 é a maior crise que o setor jamais enfrentou.

Organizações profissionais da indústria, como o Eurocontrol, estimam que no último ano, as companhias aéreas, os aeroportos e os prestadores de serviços de navegação aérea registaram perdas líquidas de 56,2 mil milhões de euros, transportaram menos 1,7 mil milhões de passageiros e fizeram menos 6,1 mil milhões de voos (-55% face a 2019), tendo assinalado 191 000 despedimentos na Europa.

Os aeroportos regionais e locais de menor dimensão sofreram as maiores perdas em número de ligações diretas. Em outubro de 2020, o ACI (Conselho Internacional dos Aeroportos) alertou para o risco de insolvência de 193 pistas situadas na Europa nos próximos meses.

No conjunto, esses aeroportos e aeródromos representam 277 000 postos de trabalho e 12,4 mil milhões de euros do PIB europeu. Nesse grupo, contam-se sobretudo as pistas, que servem as comunidades locais. Em Janeiro de 2021, o Eurocontrol calculou que, na melhor das probabilidades, o tráfego aéreo só regressará aos movimentos de 2019 em 2024 e, na pior, em 2029.

Neste contexto de crise qual é a importância das pistas regionais? De que maneira influenciam a dinâmica de desenvolvimento inscrita nos mecanismos da política de coesão territorial, económica e social? De que forma podem contribuir para a utilização eficiente e descarbonização dos meios de transporte na UE?

Estas são questões a desenvolver com o comandante Paulo Soares, especialista em direito aéreo, ex-número dois do INAC, a autoridade portuguesa da aviação civil, ex-piloto de linha aérea e diretor do aeródromo Gonçalves Lobato, um dos exemplos de como uma pista local em franca expansão pode desempenhar um papel relevante na coesão no distrito de Viseu e na região centro e norte do país.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus