O Governo anunciou, esta semana, que o Conselho de Ministros decidiu pôr um travão no plano de desconfinamento. A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, sublinhou que Portugal se encontra na zona vermelha da matriz de risco e que, por isso, "não existem condições para avançar com o plano que estava previsto".

Entre as 15h00 da última sexta-feira, e as 6h00 de amanhã, a circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) volta a estar condicionada. Esta é a medida simbolicamente mais expressiva para conter uma onda com incidência de casos três vezes superior há um ano e com mais doentes internados do que no final de junho de 2020.

Depois de vagas de um discurso mais otimista, o registo dos agentes políticos voltou a ser de cautela, não apenas na Europa, mas também em Portugal. Até Angela Merkel, a chanceler alemã, voltou a recorrer a uma expressão usada em abril de 2020, afirmando que “se desliza em gelo fino” na pandemia.

O alerta do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças é o de que a variante delta - 60% mais transmissível – está agora em instalação e pode ser dominante na União Europeia até agosto e se os países relaxarem medidas não-farmacológicas (máscaras, distanciamento, etc) – com o atual grau de cobertura vacinal – as previsões apontam para uma onda idêntica à do outono de 2020.

Está já perdido o verão de 2021 para a retoma turística? Lições a reter da qualidade das respostas públicas à pandemia? Transparência e comunicação são a chave dos países de sucesso no combate à Covid19?

São perguntas para a análise dos economistas e ex-ministros Daniel Bessa e José da Silva Peneda e do sociólogo Manuel Carvalho da Silva, a olharem também para o PRR, a retoma do crescimento no pós-pandemia e o trabalho, depois de concluída, na última terça-feira, o período de consulta pública do Livro Verde sobre o futuro do Trabalho.