O antigo ministro social-democrata diz que as características políticas que critica no ex-primeiro-ministro são boas para ocupar o lugar que vai ser deixado vago por Charles Michel. Na Renascença, Miguel Poiares Maduro alerta que a candidatura de um português ao cargo é do interesse do país e uma eleição levaria mais para cargos relevantes na Comissão Europeia. Já o socialista António Vitorino sublinha que todos desempenhos portugueses em Bruxelas foram positivos. Excertos de um debate especial sobre Portugal e a Europa no programa Da Capa à Contracapa.
Em entrevista à Renascença, o antigo ministro social-democrata considera que o caso está longe de estar esclarecido e mostra-se bastante crítico da atuação do SIS que agiu como “uma polícia dirigida pelo Governo”.
Miguel Poiares Maduro é o coordenador do projecto de revisão constitucional do PSD e desafia o primeiro-ministro a provar a sua posição quanto à separação de poderes aprovando as propostas de revisão constitucional do partido liderado por Luís Montenegro. Não quer tirar o "socialismo" do preâmbulo, porque "pertence à própria história da Constituição", mas quer, por exemplo, reforçar a independência do governador do Banco de Portugal para limitar "os riscos de interferência do poder executivo".
Miguel Poiares Maduro é professor universitário, antigo ministro do Desenvolvimento Regional do Governo de Pedro Passos Coelho. Em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal Público, o social-democrata avisa que as "trapalhadas" do Governo e a confirmação de que o primeiro-ministro interferiu no caso do Banco de Portugal podem ser razão para que a legislatura seja interrompida.
O social-democrata admite que Portugal tem de ter relações institucionais com o Qatar, mas rejeita que isso implique a ida de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa para apoiar a seleção. Poiares Maduro diz que as palavras do Presidente da República, no final do Portugal-Nigéria, sobre os direitos humanos no Qatar, foram "infelizes"
"De pouco serve unir todo o espaço não socialista se as diferenças no seu seio forem tão ou mais graves do que as que nos separam do outro lado", adverte o antigo ministro.