O argumentário de André Ventura mudou, mas isso não significa que esteja mais moderado. Nos debates televisivos deste ano, de acordo com uma análise da Renascença, o líder do Chega nunca referiu temas como a comunidade cigana, cortes no RSI, ou o fim das subvenções vitalícias. Especialistas falam em estratégica para captar eleitorado ao centro, decalcada da extrema-direita europeia. E sublinham: os partidos de centro-direita que se aproximam desta retórica “não só não ganham mais votos, como aumentam os votos na direita radical.”
O consultor de comunicação defende que o governo tem este ano para se afastar da TAP, se quer voltar a ganhar as eleições. A propósito do seu novo livro “Como perder uma eleição” constata, ainda, que as sucessivas polémicas que assolaram o governo nas últimas semanas obrigaram o primeiro-ministro a mudar de atitude
Processo começou a 19 de janeiro, quando o Chega deu entrada com uma participação sobre o programa, argumentando que, no âmbito das eleições legislativas e no que está escrito na lei, "todos os partidos têm um direito de igualdade quanto aos tempos de antena" e que o referido programa não respeitava a lei.
Quase dois meses depois das eleições legislativas, o país conhece esta quarta-feira os nomes que irão fazer parte do Governo. Ouvido pela Renascença, José Miguel Júdice espera, por exemplo, que para uma pasta como a Defesa, que ganhou relevância com a guerra na Ucrânia, vá "alguém que seja capaz de ir para o mundo falar de igual para igual com as grandes figuras" e Manuel Alegre salienta que mesmo "em maioria absoluta a oposição continua a ter um papel".
Questionado a propósito do anúncio do primeiro-ministro, António Costa, de que Portugal apoia a aquisição conjunta ao nível da UE de energia e de produtos agroalimentares, o Presidente da República comentou que "a Europa está muito inclinada para isso".