Com as pessoas que beneficiam de ADSE e outros subsistemas, os números atingem os cinco milhões. A falta de acessibilidade do SNS é a grande razão que leva os utentes a ter seguros de saúde para recorrer à saúde privada
O alerta é feito pelo bastonário dos médicos, que diz estar preocupado com a redução de utentes nas urgências e o impacto que terá nos tratamentos. Já o responsável pela Ordem a sul lembra que parte terá recorrido ao privado. Representantes dos utentes dizem que muitos já evitam os serviços e os Administradores Hospitalares acreditam que aumentou o recurso à linha SNS24.
Atendimentos caíram 15% em novembro e 9% em outubro na comparação com 2022. Os médicos começaram a entregar escusas ao trabalho extraordinário além das 150 horas obrigatórias em setembro. Os dados mostram uma tendência de redução progressiva dos atendimentos em urgência desde aí.
Para além dos atrasos nas comparticipações do Estado, o caos nas urgências também está a afetar o serviço de transporte de doentes dos Bombeiros, que ameaçam não fazer transporte de doentes com alta hospitalar.
No Porto, em declarações aos jornalistas no Hospital da Prelada, o ministro da Saúde disse que está a ser feito "o necessário numa situação de contingência".
A dificuldade de internamento destes doentes está relacionada com o facto de o hospital, segundo o diretor clínico, ter cerca de 50 doentes que já têm alta hospitalar, mas para os quais não estão a conseguir encontrar resposta social.
Realização desta greve deve-se à "ausência de resposta e indisponibilidade do ministro da Saúde em iniciar um processo negocial" com os profissionais", diz Sindicato.