O Ministério Público dos Estados Unidos descreveu o caso como uma conspiração arquitetada no Haiti e no estado norte-americano da Flórida para contratar mercenários com o intuito de sequestrar ou matar Moïse.
País enfrenta um novo aumento da violência e a capital está paralisada por bloqueios e barricadas. Vice-presidente da Conferência Episcopal Haitiana apela ao cessar “de todos os atos de violência e agressão contra a população”.
Durante um ano, a violência de gangues, que reforçaram o seu controlo na capital e não só, "tornou-se ainda mais intensa e mais brutal", assinalou António Guterres, descrevendo violações sexuais utilizadas como arma de terror, atiradores de elite nas telhados ou pessoas queimadas vivas, mas também o surgimento, na primavera, de um movimento de autodefesa.
Governo haitiano pede a criação de uma força multinacional para auxiliar a polícia local a desmantelar os gangues, responsáveis por atos de violência extrema.
Gangues armados controlam cerca de 80% da capital haitiana, onde são comuns os crimes violentos como rapto com pedido de resgate, assalto à mão armada e roubo de automóveis.
O superior dos Clérigos de São Viator, congregação a que pertence o sacerdote, fala em “violência”, mas também em “anarquia”, alertando que “a hora é grave”.
A agravar a situação de insegurança, já classificada como a pior emergência humanitária e de direitos humanos em décadas, o Haiti está a atravessar também uma grave crise sanitária, com o risco real de uma epidemia de cólera.