16 ago, 2021 - 10:15 • Redação
Em apenas dez dias, os talibãs tomaram o controlo da maior parte do Afeganistão e chegaram às portas da capital, Cabul.
O mullah Baradar Akhund, chefe do gabinete político dos rebeldes no Qatar, anunciou o fim da guerra no Afeganistão, com a vitória dos insurgentes, após a fuga no domingo do Presidente Ashraf Ghani e a captura de Cabul.
"Conseguimos uma vitória que não era esperada, devemos mostrar humildade perante Alá", disse o antigo número dois do movimento rebelde, numa mensagem de vídeo, citado pela agência Efe, na que é a primeira declaração pública de um líder talibã após a conquista do país.
O Presidente afegão, Ashraf Ghani, deixou o país no doming. Segundo as últimas informações, o vice-presidente, Amrullah Saleh, também terá fugido.
Isto depois de os talibãs terem chegado a Cabul, na manhã de domingo. Ghani está sob crescente pressão para renunciar, uma vez que as principais cidades do Afeganistão caíram nas mãos de rebeldes nos últimos 10 dias.
O presidente afegão, que abandonou o Afeganistão quando os talibãs estavam às portas da capital, declarou ter fugido do país para “evitar um banho de sangue”, reconhecendo a derrota. Sem indicar para onde partiu, Ashraf Ghani declarou-se convencido de que “inúmeros patriotas teriam sido mortos e Cabul teria sido destruída” se tivesse ficado no Afeganistão.
“Os talibãs ganharam […] e são agora responsáveis pela honra, a posse e a autopreservação do seu país”, acrescentou, numa mensagem publicada na rede social Facebook.
Segundo as últimas informações, o vice-presidente, Amrullah Saleh, também terá fugido.
Pelo menos cinco civis morreram no aeroporto de Cabul numa altura em que multidões tentam invadir a pista e entrar nos aviões para abandonar o Afeganistão, avança a agência Reuters.
Testemunhas relatam ter visto os corpos de cinco pessoas a serem transportados para um veículo
No primeiro dia no Afeganistão sob controlo talibã desde a invasão dos Estados Unidos, em 2001, a segurança na capital afegã e na maior parte do país amanheceu nas mãos dos insurgentes, que patrulham as ruas e controlam a circulação.