Dor Shapira garante que a ameaça iraniana lançada no último fim de semana não terá como consequência um desinvestimento ou qualquer recuo da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, espoletada pelos ataques do Hamas a 7 de outubro: "no final de contas, está tudo ligado".
David Rosh Pina, português há vários anos em Telavive, admite que o ataque iraniano deste fim de semana não ficará sem resposta. Mas lembra que o país enfrenta uma profunda crise existencial, entre os problemas do Governo e a má opinião internacional, por causa da ofensiva em Gaza.
"A destruição do complexo torna impossível retomar o trabalho e o hospital ficou totalmente fora de serviço", explicou o diretor do Shifa, Marwan Abu Saada.
Segundo as autoridades palestinianas, terão morrido pelo menos 112 pessoas e 760 ficaram feridas. As Forças de Defesa de Israel alegam que dispararam porque foi ameaçada a segurança de militares israelitas.
Secretário de Estado norte-americano tentou convencer a Turquia de que uma pausa humanitária depende da libertação de reféns por parte do Hamas. Ancara contrapõe e defende troca recíproca de prisioneiros.
Discurso do secretário-geral das Nações Unidas, sugerindo que o ataque do Hamas "não surgiu do nada", levou Telavive a pedir o afastamento de Guterres e a repensar a sua relação com a organização. Nabil Abuznaid defende que o responsável português se limitou a alertar o mundo para um facto.
Rita Dieb é de Beirute há quase 20 anos, desde que casou com um libanês. Perante a ameaça de alastramento da guerra entre Israel e o Hamas, esta portuguesa, natural de Santarém, defende-se do medo, procurando levar uma vida tão normal quanto a situação permite. Regressar a Portugal? Não agora, mas "se a situação se tornar muito grave, pomos essa hipótese".
Investigador do Instituto Português de Relações Internacionais elogia o papel diplomático dos Estados Unidos para evitar que o conflito entre Israel e o Hamas se espalhe a outros países da região. José Pedro Teixeira Fernandes admite que, para já, a retórica de Teerão sobre um eventual envolvimento na guerra não passa disso mesmo. Mas tudo pode mudar. Vai depender da proporcionalidade da anunciada ofensiva em Gaza e do sucesso israelita num eventual desmantelamento da capacidade militar do Hamas. Ainda assim, "não é assim tão simples".
Marina Erlich está alojada temporariamente em casa de um familiar, depois do prédio onde vive, na cidade de Ashkelon, ter sido atingido por um rocket do Hamas durante o fim de semana. O medo não a faz querer sair de Israel: "sinto que o meu lugar é aqui e, se esta é uma guerra contra o terror, então eu também faço parte desta guerra".