Começou o dia, às 6 da manhã no Terreiro do Paço a fotografar Salgueiro Maia. Acabou o dia 25 de Abril de 1974 a fotografar na sede da PIDE. Eduardo Gageiro é um dos jornalistas que fotografou as horas da Revolução. Recorda que não teve medo e se sentiu um resistente.
Há 50 anos, já depois de Marcello Caetano ter sido retirado do quartel do Carmo, cinco pessoas morreram na Rua António Maria Cardoso. Mas o 25 de Abril ficou para a história como uma revolução “sem sangue”. Para as famílias das vítimas, a falta de memória “é um insulto”. E uma dor.
Apesar do “exame prévio”, as canções tomaram corpo na voz do público que encheu o Coliseu em março de 1974, voz coletiva que já não era possível censurar. Nesse concerto, a canção que José Afonso tinha escrito para homenagear a Sociedade Fraternidade Operária Grandolense, “Grândola, vila morena”, ganhou uma renovada força – transportava as feridas e esperanças de uma narrativa coletiva.
No explicador desta segunda-feira, falamos das alterações em Portugal ao longo dos últimos 50 anos. A Renascença publicou uma análise aprofundada sobre o que mudou desde a revolução do 25 de Abril. Há números sobre a saúde, a educação e até sobre as famílias portuguesas. Ouça o podcast.
O ex-secretário-geral do PS vai partipar no lançamento da candidatura de Rui Fernandes à concelhia do PS de Soure naquela que é considerada a primeira ação partidária em que intervém desde que saiu da liderança dos socialistas. Eleições para as concelhias do PS estão marcadas para 6 de julho.
O comentador sublinha, no entanto, que “o 25 de Novembro fecha o 25 de Abril”, explicando que “sem o 25 de Novembro, o 25 de Abril não era aquilo que é”.
No podcast Avenida da Liberdade gravado antes de morrer, o realizador António Pedro Vasconcelos conversou com a filha Patrícia que cresceu em democracia. Recordou como era viver em ditadura, os censores que foram as primeiras vítimas da Revolução de Abril e diz que a democracia é uma flor de estufa.
Em entrevista à SIC, fazendo um balanço dos 50 anos do 25 de Abril, Ramalho Eanes destacou as mudanças positivas, sobretudo, nas áreas da Saúde e Educação e na parte social, referindo que em 1974 havia “uma miséria pungente” que foi atenuada, mas que ainda não desapareceu.
Antes do 25 de Abril, mais de metade dos portugueses não tinha água canalizada em casa, um em cada quatro era analfabeto e Portugal tinha uma das mais altas taxas de mortalidade infantil da Europa. Hoje há cinco vezes mais alunos no Ensino Superior, as pessoas vivem em média mais 14 anos e são quatro vezes mais ricas.
Daniela Salgueiro Maia defende que a história da Revolução deve ser mais estudada nas escolas. Neste domingo aceitou o desafio para participar num passeio da Liberdade, a partir das 10h00, em São João da Talha, concelho de Loures, para ajudar a divulgar os valores de abril.