Com cartazes a pedir a demissão do presidente do governo de Valência, que é acusado de incompetência durante a gestão da crise das cheias que fizeram 220 mortos, centenas de pessoas juntaram-se em memória das vítimas, exatamente um mês depois da tragédia. Os manifestantes ativaram os alarmes nos telemóveis para simbolizar a hora tardia do envio da mensagem de alerta para as populações. A Câmara de Paiporta, um dos municípios mais afetados, decretou três dias de luto em memória das vítimas e dos desaparecidos.
Exatamente um mês depois das inundações que afectaram dezenas de municípios da Comunidade Valenciana, ainda há muita destruição, poucas ajudas e muitos ainda fazem contas à vida para perceber como vão fazer para voltar ao trabalho ou abrir os seus negócios.
Valência, 29 de outubro de 2024. A data já está na lista negra em que a natureza escreve um novo capítulo da história, com destruição, morte, dor e sofrimento. Mas não foi a primeira vez que, em Espanha e na Europa, houve vítimas de fenómenos da natureza.
Sobre o que Portugal aprendeu com Valência, onde inundações provocaram pelo menos 222 mortes há cerca de um mês, Maria da Graça Carvalho disse que ainda está a ser apurado o que de facto aconteceu, mas referiu que a regionalização "prejudicou um pouco as relações" na passagem de informação, o que em Portugal não acontece.
O primeiro-ministro espanhol disse ser necessário "aprender com esta tragédia", que "os responsáveis terão de assumir a sua culpa" e que embora o sistema de proteção civil em Espanha obedeça "aos princípios corretos", pode ser melhorável.
Um homem morreu e outro ficou ferido nas operações de limpeza, no último domingo, depois de um teto ter desabado numa escola danificada pela tempestade, que já fez 229 mortos.
Rei de Espanha voltou às zonas afetadas pelas cheias em Espanha que fizeram 227 mortos. Desta vez, foi recebido com aplausos e prometeu continuar a aparecer, indicando que a situação no terreno "já mudou muito" desde os primeiros dias.