Quinta-feira, 12 de agosto de 2021



Aquelas palavras do padre na homilia de domingo têm-me acompanhado «Não quero ouvir dizer a ninguém que Deus castiga.»

Achei evidente. Deus não castiga. E achei também que nada daquilo era comigo.
Afinal, ao longo destes dias, tenho-me dado conta de como aquelas palavras eram também para mim.
É que a cada passo, a cada sobressalto, duvido. Duvido que Deus é só Amor. Duvido que Deus não castiga.
Surpreendem-me perguntas.
Perguntas como porquê a mim ou porquê a ele? Porquê este acidente ou aquela doença? E o emprego que se perdeu? E a morte?
E este medonho Covid?
Porquê?
A esta hora entrego-Vos, Senhor, as minhas dúvidas e as dúvidas dos meus iguais.
E peço-Vos a humildade de aceitar que nada sabemos e que todas as palavras são para acolher, palavras como as do pároco da aldeia e as das interrogações do Vosso Povo
Vós sois Senhor um Deus desarmado, que só nos ofereceis o Amor.
Absoluto.