Rio concorda. É “imoral” retirar vantagens políticas do acidente com carro do MAI
03-07-2021 - 14:30
 • Lusa com redação

Diz que Eduardo Cabrita já deveria ter falado há mais tempo e voltou a defender a sua saída. “Se fosse comigo, este não seria o ministro. Já teria trocado.”

O presidente do PSD concorda com a posição do presidente do PS, Carlos César, que considerou imoral que os partidos retirem vantagens políticas do acidente que envolveu o carro do ministro da Administração Interna (MAI).

"Penso que sim, penso que é imoral tirar vantagens políticas do desastre que houve com o carro do ministro da Administração Interna. Desse ponto de vista, a quem ele [Carlos César] se estiver a dirigir, estará eventualmente com razão, não se está a dirigir seguramente ao PSD que não fez isso", disse Rui Rio.

Em declarações aos jornalistas na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, à margem de uma reunião da direção nacional do Conselho Estratégico Nacional do PSD, voltou a defender a existência de um relatório que diga "exatamente como as coisas aconteceram", nomeadamente "a velocidade a que o carro circulava".

O líder social-democrata manteve, por outro lado, a questão em redor do carro onde se deslocava o MAI "não estar registado", argumentando que, enquanto o automóvel "não for perdido a favor do Estado, o Estado não o deve utilizar".

"Isto não tem nada a ver com o desastre em si, mas o Estado está a utilizar automóveis que ainda não foram perdidos a favor do Estado. Se um juiz vier a determinar o contrário, o Estado vai ter de devolver o carro ao dono, onde estão lá metidos milhares e milhares de quilómetros. Não sei se isto é praticado há pouco tempo, se é praticado há muito tempo. Mas tenho sérias dúvidas se isto é correto, o carro tem um dono, enquanto não for perdido a favor do Estado o Estado não o deve utilizar", disse Rui Rio.

Na quinta-feira, o Ministério da Administração Interna esclareceu que o carro em que seguia o ministro, envolvido num acidente mortal, encontra-se "na situação jurídica de apreendido" e tem uma guia para poder circular válida até maio de 2023.

Na opinião de Rio, Eduardo Cabrita já deveria ter falado há mais tempo e voltou a defender a sua saída, não apenas por esta situação, mas por uma acumulação. “Se fosse comigo, este não seria o ministro. Já teria trocado.”

Em 18 de junho, o carro em que seguia o ministro da Administração Interna atropelou mortalmente na autoestrada 6 (A6), na zona de Évora, um trabalhador que fazia a manutenção da via.