Alemanha pode introduzir mais controlos fronteiriços para evitar mutações
12-02-2021 - 20:48
 • Lusa

Portugal continua entre os países que figuram na lista de zonas de especial perigo de propagação das variantes mais contagiosas do novo coronavírus.

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A Alemanha admitiu esta sexta-feira a possibilidade de introduzir controlos fronteiriços noutras regiões do país, depois de Berlim ter decretado, quinta-feira, a medida para a República Checa, Eslováquia e Áustria, para evitar a propagação de novas variantes da Covid-19.

“Não posso pôr de parte que se introduzam controlos fronteiriços noutra zonas” da Alemanha, indicou o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, numa conferência de imprensa destinada a analisar a situação epidemiológica no país.

“A medida será inevitável temporariamente para evitar a propagação de variantes perigosas do vírus”, sublinhou.

Na conferência de imprensa, o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, assegurou que se trata de “fazer o que é absolutamente necessário, nada mais além disso”, sublinhando que Berlim está “consciente” do que significa voltar a abrir postos fronteiriços dentre a União Europeia (UE).

Seibert argumentou que a Alemanha está a assistir atualmente a uma “evolução positiva” da pandemia e insistiu que, com esta medida, pretende-se evitar a propagação no país das “diferentes mutações, que são mais agressivas”.

Portugal continua entre os países que figuram na lista de zonas de especial perigo de propagação das variantes mais contagiosas do novo coronavírus, elaborada pelo Instituto Robert Koch (RKI, na sigla alemã), bem como o Reino Unido, África do Sul, Brasil, Irlanda, Lesoto e Suazilândia.

Spahn, por seu lado, indicou que o número de novos casos de contágio na Alemanha está a diminuir, mas que, ao mesmo tempo, sobre a percentagem de infetados com a variante detetada no Reino Unido.

O ministro da Saúde alemão referiu-se também ao critério definido para baixar a incidência para 35 novos contágios por cada 100.000 habitantes como condição para diminuir as restrições que estão em vigor até 07 de março.

Seibert, por sua vez, sublinhou que o desconfinamento terá de ser um “processo gradual” para evitar o risco de que a incidência volte a disparar, tendo, depois, de obrigar novamente restrições à vida pública e à atividade económica.

O porta-voz do Governo alemão evitou avançar prazos ou datas para a reabertura das lojas e do setor económico.

“Atualmente, não se pode dizer com seriedade como estará a situação em junho ou julho”, devido às incertezas ligadas à propagação das novas variantes ou possíveis problemas na entrega das vacinas”, acrescentou.

As autoridades sanitárias alemãs registaram 9.860 novos contágios de coronavírus nas últimas 24 horas, bem como 556 mortes associadas à doença.

O número de casos positivos desde o anúncio do primeiro contágio no país, a 27 de janeiro de 2020, chegou aos 2.320.093. Desse total, 2.101.000 pessoas já recuperaram, e foram registadas 64.191 mortes pela Covid-19.

Na Alemanha, atualmente, há 155.100 casos ativos do SARS-CoV-2

A incidência acumulada nos últimos sete dias está situada em 62,2 casos por cada 100.000 habitantes.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.368.493 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.