DGS admite transmissão comunitária da variante indiana em Portugal
04-06-2021 - 20:25
 • Filipe d'Avillez

A manter-se este ritmo de aumento de casos o país pode chegar aos 120 por 100.000 habitantes dentro de 30 dias, metade para Lisboa e Vale do Tejo.

A DGS admite que possa haver transmissão comunitária da variante indiana da Covid-19 em Portugal.

Num comunicado enviado esta sexta-feira para as redações, indica-se que “até 2 de junho, foram identificados 74 casos da linhagem B.1.617.2 (associada à Índia).”

A existência desta variante no país, nomeadamente daquilo a que chamou uma “mutação nepalesa”, foi invocada pelo Governo britânico para justificar retirar Portugal da lista verde de países para viajar, na quinta-feira. A decisão, que terá efeitos negativos para o turismo em Portugal, entra em vigor na terça-feira.

No relatório, produzido pela DGS e pelo INSA, lê-se ainda que “a sequenciação genómica revelou várias introduções distintas desta variante em Portugal. A ausência de ligação epidemiológica em alguns dos casos mais recentes pode indicar a existência de transmissão comunitária da mesma.”

A esmagadora maioria dos casos em Portugal continuam a ser da variante inglesa (87.7%) e há ainda pouco mais de uma centena de casos da variante sul-africana, bem como cerca de 140 casos da variante de Manaus, no Brasil.

Segundo o relatório houve ainda uma subida, a nível nacional, do número de casos por 100 mil habitantes, que agora se fixou nos 71 casos. A manter-se este ritmo, explica o relatório, a fasquia dos 120 casos por 100 mil pode ser alcançada entre 15 e 30 dias para o país em geral, sendo que em Lisboa e Vale do Tejo o prazo é de apenas 15 dias.

"O valor do Rt apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,08) e em todas as regiões de saúde sugerindo uma tendência crescente. Esta tendência crescente é mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo", lê-se ainda no relatório.

Contudo, nem tudo são más notícias. O número de pessoas internadas nos cuidados intensivos continua a ser baixo. Segundo as autoridades de saúde apenas 21% do valor crítico definido de 245 camas está neste momento ocupado.