“Há matérias do 2.º período que não foram aprofundadas. Mas há tempo para recuperar”
23-06-2021 - 08:55
 • Fábio Monteiro

Apesar do regresso à telescola por alguns meses, o ano letivo 2020/21 termina quase de forma normal, diz o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). Alunos dos 7.º, 8.º e 10.º anos dizem esta quarta-feira adeus à escola, olá às férias de verão.

Comparar o ano letivo 2020/2021, que termina esta quarta-feira para os alunos dos 7.º, 8.º e 10.º anos, com o anterior “é fácil”: apesar de ambos terem sido afetados pela pandemia, este termina num espírito muito diferente, diz Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), à Renascença.

“No ano passado, no 3.º período não tivemos alunos nas escolas - genericamente. Tivemos os do secundário e jardins de infância. Portanto, terminamos o ano letivo de uma forma muito estranha, porque o 3.º período foi todo feito à distância. Este ano, foi o 2.º período feito em confinamento, mas o 3.º período foi feito de forma presencial, e de alguma forma o final deste ano letivo, muito embora esteja dilatado no tempo, de alguma forma se aproxima do que era costume acontecer”, explica.

À semelhança do que ocorreu no ano passado, Manuel Pereira admite que possam existir escolas onde nem todos os conteúdos tenham sido lecionados. Mas isso não é um problema, pois há tempo para recuperar, garante.

“Acho que é normal que haja conteúdos curriculares que, de alguma forma, exijam um aprofundamento maior nos próximos tempos, logo que os alunos tenham disponibilidade para estar na escola a tempo inteiro, digamos assim. Há conteúdos curriculares do segundo período que, provavelmente, não foram suficientemente aprofundados. Mas há tempo para tentar recuperar, na maior parte dos casos, não é preocupante”, diz.

De acordo com o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, os trabalhos de preparação do próximo ano letivo já arrancaram. Não tirando a pandemia da equação, Manuel Ferreira deseja apenas que, independentemente das circunstâncias, o ensino possa decorrer de forma presencial.

“Se pudéssemos formular um desejo, seia que os alunos pudessem voltar à escola com máscara ou sem máscara, mas nós temos que nos adaptar às circunstâncias. Queremos os alunos na escola, para que tenham condições para aprender e ter sucesso. E recuperar alguns dos conteúdos em que possam ter sido prejudicados”, afirma.