O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, responde esta quarta-feira numa comissão parlamentar a mais uma polémica do seu mandato.
PSD, BE e CDS-PP pediu a presença do ministro numa audição sobre a criação da nova ala na prisão de Caxias dedicada à detenção de estrangeiros que chegam ao território nacional em situação de emergência.
Segundoo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), as obras de reestruturação abrangem um quinto do edifício e destinam-se a criar uma unidade habitacional.
Na passada sexta-feira, a proposta de lei do Governo para a extinção do SEF foi aprovada na Assembleia da República. Eduardo Cabrita defende a necessidade de mudar a forma como o país lida com os imigrantes, separando as componentes administrativa da policial.
Segundo o ministro, os cidadãos estrangeiros devem ser tratados em Portugal "da mesma forma que qualquer um de nós", a partir do momento que sejam reconhecidos no país os seus direitos jurídicos e de residência para trabalhar e estudar.
A polémica centra-se no facto de Eduardo Cabrita ter dito no Parlamento que o alojamento de imigrantes estava a ser estudado, mas soube-se que o protocolo já tinha sido acordado no início de fevereiro entre o SEF e os Serviços Prisionais.
As polémicas somam-se em torno de Eduardo Cabrita. Desde as golas inflamáveis, na sequência dos incêndios de 2017, a morte de Ihor Homeniuk, o realojamento dos trabalhadores de Odemira e acidente que vitimou um trabalhador na A6, os casos somam-se ao longo do seu cargo de quase quatro anos. Eduardo Cabrita tomou posse como ministro em outubro de 2017, renovando no segundo Governo de António Costa.