Noronha Lopes "muito preocupado" com o Benfica após detenção de Vieira
07-07-2021 - 20:56
 • Renascença

Candidato vencido nas eleições de outubro destaca, à CMTV, que este é "um dia de grande tristeza de todos os benfiquistas".

João Noronha Lopes, candidato vencido nas últimas eleições, admite preocupação com o Benfica, após a detenção de Luís Filipe Vieira.

Em declarações à CMTV, esta quarta-feira, o empresário sublinhou que este é "um dia de grande tristeza de todos os benfiquistas".

"Estou muito preocupado com a situação no clube. É dever de todos os benfiquistas, incluindo os órgãos sociais, proteger o Benfica. Sempre foi e vai continuar a ser no futuro. Proteger os interesses do Benfica acima de tudo. Os órgãos sociais têm de proteger os interesses do Benfica, tal como os benfiquistas. Sinto-me preocupado", assumiu Noronha Lopes.

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi detido, esta quarta-feira, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado.

Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indica que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizados cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a SAD do Benfica demarca-se e confirma que Vieira foi detido e constituído arguido no processo. Em nota oficial, a direção do clube garante que as funções do presidente "se encontram asseguradas".

De acordo com o semanário "SOL", os restantes detidos são o filho do presidente do Benfica, Tiago Vieira, e os empresários José António dos Santos, acionista da SAD encarnada e conhecido como "Rei dos Frangos", e Bruno Macedo.

No comunicado do DCIAP, é indicado que os detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.

Em causa, adianta, estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de serem “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

Está previsto que os quatro detidos sejam presentes, na quinta-feira, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coação, “com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas”.