Hospital de campanha na cidade universitária de Lisboa abre sem recursos humanos
20-01-2021 - 14:26
 • Beatriz Lopes , Inês Rocha

Espaço está pronto a usar e vai ser aberto simbolicamente esta quarta-feira, mas ainda não tem os recursos humanos necessários à abertura.

Esticam-se os últimos lençóis, estendem-se os cobertores, reajusta-se o ar condicionado para que ninguém passe frio e acumula-se material para que nada falte.

Esta quarta-feira, marca-se a abertura do hospital de campanha na Cidade Universitária, que poderá receber 60 doentes com covid-19 não graves. Uma abertura simbólica, já que falta algo importante para que o hospital possa funcionar: recursos humanos.

“A questão dos recursos humanos ainda está na sua fase final, quer a listagem das pessoas que vêm, quer de elaboração das escalas, quer da formação e da avaliação, inclusive, se as pessoas já estão vacinadas ou não”, explica à Renascença António Diniz, coordenador da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa.

Ao todo, vão ser precisos pelo menos 19 médicos e 21 enfermeiros para que a estrutura comece a funcionar. Recorrer a profissionais de saúde do privado até poderia ser uma hipótese, admite António Diniz, embora reconheça que os hospitais de campanha com doentes com pouca gravidade não são nesta altura a grande prioridade.

“Eu acho que nesta fase da pandemia todos os recursos disponíveis em Portugal devem ser utilizados. Este deve ser o último recurso”, diz o coordenador.

Já a nível de equipamentos, o espaço está já “completamente operacional”, garante João Barreiros, vice-reitor da Universidade de Lisboa. “Possui oxigénio canalizado em 20 camas, e poderá ter apoio de oxigénio em mais camas, de outras formas, se vier a ser necessário”.

João Barreiros assume, ainda assim, que esta “infelizmente, será uma pequena ajuda, porque a pressão é muito maior do que a capacidade que aqui está reunida”.

Se tudo correr bem, o hospital de campanha da cidade universitária poderá em breve receber pacientes dos três grandes centros hospitalares de Lisboa e dos hospitais de Loures e de Amadora-Sintra.

Na primeira vaga, a estrutura não chegou a ser usada por não ter sido necessária; agora é necessária, mas ainda não está a ser usada.