Médicos denunciam falta de equipamentos de proteção e ausência de stocks
13-03-2020 - 20:48
 • Lusa

Caso os equipamentos de proteção recomendados não estejam disponíveis, a Federação Nacional dos Médicos recomenda aos profissionais "interromper a sua atividade".

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou esta sexta-feira a falta de equipamentos de proteção básicos para controlo de infeção e a ausência de stocks adequados para enfrentar um eventual aumento exponencial de casos da doença Covid-19. “A Federação Nacional dos Médicos tem recebido vários relatos de insuficiência de equipamentos de proteção básicos para controlo de infeção e de ausência de ‘stocks’ adequados, para enfrentar um eventual aumento exponencial de casos de infeção por coronavírus”, refere a FNAM, em comunicado.

Nesse sentido, a FNAM “aconselha os médicos a exigir os equipamentos de proteção recomendados, de acordo com a orientação 003/2020 da Direção Geral da Saúde (DGS). “Caso estes não estejam disponíveis, os médicos devem optar por interromper a sua atividade, reportando imediatamente a falha aos superiores hierárquicos e sindicatos. Só estando garantida a segurança do profissional médico é que este pode retomar a sua atividade”, alerta a FNAM.

Na fase atual, o atendimento de toda a infeção respiratória “deve exigir máscara cirúrgica para colocar ao doente e material de higienização”. “Se um caso de infeção respiratória chegar ao gabinete médico (em contexto de urgência ou consulta), o médico deve questionar o contexto epidemiológico e, caso se enquadre na definição de caso suspeito, deve equipar-se adequadamente para a prestação de cuidados a menos de um metro, antes de prosseguir na observação do doente”, adverte a Federação Nacional dos Médicos.

Nos casos graves/emergentes com necessidade de procedimentos invasivos, o equipamento adequado, de acordo com a FNAM, “é o fato de proteção integral ou, no mínimo, a alternativa recomendada na orientação da DGS”. “A segurança do profissional é fundamental, para a sua própria preservação, para manter a força de trabalho médica necessária para enfrentar um eventual aumento de casos e para prevenir que os profissionais médicos sejam fonte de transmissão para os restantes profissionais de saúde e doentes”, avisam os médicos.