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Este é um projeto de investigação científico, assente em modelos matemáticos e que permite fazer, com rigor, uma previsão da evolução do vírus nas duas semanas seguintes. “Mais do que isso, não. Cientificamente, é muito complicado construir um modelo preditivo”, explica à Renascença Jorge Correia, sócio da Winning Scientific Management e um dos criadores do modelo.

Através da consulta do site, o utilizador pode ver um gráfico com a evolução na última semana e um outro, mais em destaque com a previsão dos próximos 15 dias nas diferentes NUT’s em que o país está dividido. Ao lado, um mapa de Portugal Continental mostra o risco, que vai do verde claro (menor) ao vermelho mais carregado (maior). Os dados são atualizados todos os dias e, por exemplo hoje, a previsão é feita até dia 26 de julho.

Na segunda página pode encontrar as diferentes NUT´s alinhadas e carregando na que mais lhe interessa (ou em várias, para comparar), obtém um gráfico de barras com os respetivos níveis de risco, a probabilidade de ocorrência, a suscetibilidade (propensão para a região ser afetada pela COVID), dano potencial e a vulnerabilidade, ou seja, o grau de perda a que a pessoa está sujeita em face da ocorrência de casos de COVID.

Finalmente, numa terceira página, aparecem os dados nacionais mais recentes fornecidos diariamente pela Direção Geral de Saúde.

Toda a informação pode ser consultada em português, espanhol, francês, inglês, alemão e árabe. Ou seja, nas línguas dos utilizadores que mais procuraram até agora a página, embora o leque possa ser alargado. A maioria são portugueses, mas segundo Jorge Correia, cerca de 20% são estrangeiros. Desde que foi lançada, há pouco mais de duas semanas, a página já teve mais de vinte mil visualizações.

E se há quem o tenha feito uma ou duas vezes, também há quem a procure com maior frequência e interpele os seus gestores com perguntas mais concretas. “Posso ir de férias para o Algarve em setembro, sem risco?” É o exemplo de pergunta que aparece e a que os investigadores não conseguem responder. Exatamente porque o rigor científico não permite ir além das duas semanas, frisa Jorge Correia.

NÚMEROS DA COVID-19 EM PORTUGAL

Trata-se de uma ferramenta útil para quem está a planear viagens no país, de férias ou por outro motivo. Mas também pode servir às autoridades de saúde e decisores políticos porque usa modelos estatísticos que garantem informação contextualizada. “Pode ajudar a agilizar planos de contingência, de medidas de mitigação para a propagação da pandemia num determinado contexto de crise, a nível nacional, regional ou local”, diz o investigador.

Como as previsões se baseiam num histórico, a precisão das previsões ronda os 98%, garante Jorge Correia.

O projeto foi co-financiado em 89% a fundo perdido pelo programa COMPETE, Portugal 2020 e União Europeia através do FEDER -Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.