Rui Rio defende confinamento até se atingirem metas definidas pelos técnicos
10-02-2021 - 17:41
 • Renascença

Líder do PSD avisa que Governo tem 15 dias para preparar testes em massa, que poderiam ter impedido um pico de Covid-19 tão severo. Admite que a economia portuguesa "não aguenta" o impacto da pandemia, mas a prioridade é salvar vidas.

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O presidente do PSD, Rui Rio, avisa que o Governo tem 15 dias para preparar testes em massa e defende manutenção do confinamento até que a meta de casos de Covid-19 definida pelos técnicos seja atingida.

No final de uma audiência com o Presidente da República, o líder social-democrata disse que se o país tivesse apostado mais cedo na testagem massiva "não tinha chegado a esta situação".

Rui Rio confirmou que o PSD vai votar favoravelmente a renovação do estado de emergência por mais duas semanas e define como prioridades definir os números de infetados e valor do R a partir dos quais começa o desconfinamento e preparar testes em massa à população.

"São regras de gestão e bom senso. Parece-me bem que o Governo siga esta regra. Não precisa de testar em massa já porque estamos confinados, mas tem estes 15 dia para se preparar-se para daqui depois começar a testar em massa. Se tivesse sido assim lá para trás Portugal nunca teria chegado a esta situação. A responsabilidade de não o fazer agora começa a ser alguma", sublinha.


Questionado sobre quanto mais tempo Portugal vai continuar em confinamento geral, Rui Rio considera que tudo vai depender do patamar de casos que ficar definido.

O líder social-democrata admite que a economia portuguesa "não aguenta" o embate da pandemia. "Disso não tenho dúvida nenhuma, mas o que é o que o país pode fazer. Quando há ambulâncias em fila à porta do Hospital Santa Maria, com pessoas a morrer, o que é que havemos de fazer? Agora, aguentar não aguenta. Quem tem uma dívida pública e externa como Portugal tem, não aguenta", sublinha.

Nestas declarações aos jornalistas, o presidente do PSD também lamentou a decisão do epidemiologista Manuel Carmo Gomes de abandonar as apresentação no Infarmed.

“Assisti a todas as sessões do Infarmed, em todas elas acho que o professor Carmo Gomes foi de uma utilidade extrema. Foi sempre uma intervenção mais útil, particularmente ontem foi de uma grande utilidade. O que eu estou agora aqui a dizer parece que é fácil. Depois de ele dizer tudo e fácil. Acertou sempre nas previsões que fazia”, assinala Rui Rio.

"É uma perda, mas ouvi a explicação do professor Carmo Gomes e faz sentido. Se há mais qualquer coisa, eu não desconheço. Mas a explicação dele é inteligente e lógica", sublinha.

Questionado sobre um eventual adiamento das eleições autárquicas deste ano, Rui Rio disse que saiu da reunião de terça-feira, no Infarmed, com novos dados e perspetivas para os próximos meses e que o PSD vai, nos próximos dias, tomar uma posição.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, continua esta quarta-feira a receber os partidos com assento parlamentar com vista a discutir a renovação do estado de emergência.

O confinamento geral pode durar até ao final de março, afirma o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, em declarações ao programa “Casa Comum” da Renascença.

Nas últimas 24 horas, a Direção-Geral da Saúde registou mais 161 mortos e 4.387 novos casos de Covid-19. O relatório desta quarta-feira da DGS revela ainda novo recuo no número de internamentos, que está agora abaixo dos seis mil (5.829), menos 241 do que ontem.

Nos cuidados intensivos também uma houve redução de internamentos. Estão agora 853 pessoas internadas neste tipo de unidades, menos nove do que ontem.