Incêndios. António Costa alerta que "próximos dias vão ser difíceis"
12-08-2021 - 17:04
 • Renascença

"Devemos evitar tudo o que é comportamentos de risco", apela o primeiro-ministro. Risco de incêndio é elevado nos próximos dias devido à subida da temperatura. Reforço de meios em Bragança, Viseu, Castelo Branco e Algarve.

Os próximos dias "vão ser difíceis" devido ao aumento do risco de incêndio e é preciso evitar comportamentos de risco, apelou esta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa.

O chefe do Governo falava aos jornalistas no final de um briefing na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

"Devemos evitar tudo o que é comportamentos de risco. Gostaria particularmente de enfatizar a necessidade de evitar ao longo destes dias a utilização de máquinas agrícolas, de ferramentas, que são muitas vezes instrumentos que inadvertidamente desencadeiam as fagulhas que provocam grandes incêndios", declarou António Costa.

"A melhor forma que temos de apoiar aqueles que estão no terreno, em particular os nossos bombeiros, é cada um de nós evitar esses comportamentos de risco e, como sabemos antecipadamente que os próximos dias vão ser difíceis, é desde já importante que todos nos comprometemos na necessidade de evitar esses comportamentos para poupar os nossos homens e mulheres que arriscam a vida, proteger a floresta e as vidas das pessoas que vivem junto às florestas", sublinhou.

Questionado se vai adiar férias para acompanhar a situação do risco elevado de incêndio, António Costa diz que vai tirar uns dias para descansar, mas vai estar sempre ligado.

“Governo está em funcionamento permanente. Vamos rodando. Agora é a minha vez de tirar uns dias de férias, mas estou sempre contactável e operacional para o caso de vir a ser necessário intervir. Manter-me-ei sempre em contacto. Um primeiro-ministro nunca está desligado da realidade que vai acontecendo no país", respondeu.


Sobre as críticas de que o programa Aldeia Segura é "show-off", proferidas pelo investigador Xavier Viegas, o primeiro-ministro faz um balanço "muito positivo".

"A Aldeia Segura tem sido um programa muito importante, fazemos avaliação muito positivo e no recente incêndio de Portimão deu um contributo muito importante para evitar danos pessoas e materiais", frisou António Costa.

Reforço de meios em Bragança, Viseu, Castelo Branco e Algarve

Na mesma conferência de imprensa, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, explicou que estão a ser deslocados meios para as zonas com maior risco de incêndio.

“Estamos a pré-posicionar vários grupos de reforço de combate a incêndios rurais, de reforço por parte dos corpos de bombeiros, nomeadamente um no distrito de Bragança, outro no distrito de Viseu, mais um grupo em Castelo Branco e depois também um no Algarve”, disse o comandante André Fernandes.

Vão ser também pré-posicionados meios especializados de análise de uso do fogo por parte da Força Especial de Proteção Civil na região do Algarve e vão ser reposicionados dois aviões médios anfíbios que vão deixar de estar em Ovar e vão para o centro de meios aéreos de Viseu.

A Proteção Civil vai analisar as condições meteorológicas para os próximos dias e, se houver necessidade, o posicionamento dos meios será afinado, sublinhou o comandante André Fernandes.

Em relação às torres de vigilância, "apenas duas das 103 encontram-se em fase de restauração do sistema e pretende-se que estejam prontas neste fim de semana, disse o responsável.

Questionado se os 12 drones adquiridos no ano passado estão todos operacionais, o comandante nacional explica que "a Força Aérea está a fazer essa análise com a GNR".

"São meios utilizados mais na vigilância. Na eventualidade de eles não poderem estar operacionais, existem outros meios aéreos que a Força Aérea irá disponibilizar à GNR para fazer o reforço da vigilância e deteção de incêndios”, declarou André Fernandes.