"Diabetes gestacionais são gravidez de alto risco", afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno Fetal (SPOMMF), em declarações à Renascença.
Nuno Clode reage à polémica com a transferência de uma grávida de risco do Hospital de Santa Maria para uma unidade de cuidados de saúde privada.
Fonte hospitalar garante à Renascença que o caso foi avaliado por médicos de ambas as unidades. A situação estava controlada e não havia risco, mas o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno Fetal não concorda.
Nuno Clode sublinha que uma diabetes na gravidez é um fator de risco materno fetal, mesmo que a situação esteja controlada e a mulher não precise de medicação.
“Eu não conheço nenhuma norma que diga que não é uma gravidez de risco, uma diabetes gestacional que esteja bem controlada. Apenas existem normas que dizem que as diabetes gestacionais são gravidez de alto risco. Ponto”, refere o especialista.
“Mesmo numa diabete gestacional bem controlada, o risco não é um risco da mãe é o risco do parto para a criança, porque podem ser fetos maiores do que aquilo que se previa ou podem ser fetos que não tenham crescimento harmónico. E isto significa dizer que há um risco teórico de determinadas complicações obstétricas que podem ocorrer no momento do parto”, sublinha Nuno Clode.
Desde domingo foram transferidas seis grávidas do Hospital de Santa Maria para unidades privadas, segundo a fonte hospitalar, para criar vagas para outras tantas mulheres com gravidez abaixo das 32 semanas, de alto risco.
A maternidade do Hospital de Santa Maria continua em situação de contingência e fechada ao CODU por falta de médicos. Esta sexta-feira estão escalados três médicos (dois especialistas e um interno).