Feira da Afurada continua a atrair clientes e mais velhos. Câmara de Gaia não pretende interditar mercados
14-03-2020 - 11:46
 • Maria João Cunha , Isabel Pacheco

Sábado de afluência normal a uma das principais feiras de Vila Nova de Gaia, apesar da epidemia de coronavírus. Câmara diz que não é correto "quebrar as cadeias de abastecimento para que as pessoas deixem de ir à feira e passem a ir ao supermercado".

O sábado de sol convida e os clientes assomam à feira da Afurada, em Vila Nova de Gaia. Há uma vendedora de máscara e luvas, muitos clientes idosos em conversa e contactos nas bancas.

A epidemia de coronavírus não impediu que as tendas se montassem na marginal do rio Douro e os feirantes prosseguissem o seu negócio como habitualmente. No local não é visível a presença de autoridades municipais.

Contactado pela Renascença, o presidente da Câmara Municipal de Gaia diz que não prevê, para já, o encerramento de mercados e feiras no concelho. Eduardo Vítor Rodrigues, explica que os mercados no concelho são, sobretudo, agrícolas, e que, por isso, não parece ser "correto" obrigar as pessoas a trocar as feiras pelo supermercado.

"Quebrar as cadeias de abastecimento para que as pessoas deixem de ir à feira e passem a ir ao supermercado não me parece, neste momento, o mais correto", diz o autarca, alertando para a responsabilidade individual de cada um.

"O contacto pode ser evitado nas feiras se cada um assumir a sua responsabilidade de se abastecer e vir embora, tal como, faz nos 'shoppings'. Parece-nos que nas feiras a situação é ainda mais fácil do que nos shoppings, porque estamos ao ar livre".

Eduardo Vitor Rodrigues não descarta, no entanto, a hipótese de vir a limitar o acesso às feiras e mercados do concelho, caso necessário.

"Se a pessoas transformarem as feiras em zonas de recreio, na próxima semana fazemos nova avaliação e tomamos as medidas devidas, que podem passar por fechar ou, simplesmente, condicionar o acesso com a Polícia Municipal".

O decreto de lei que estabelece as medidas excecionais por causa da epidemia de coronavírus, publicado esta sexta-feira à noite, impõe a "limitação de acesso a espaços frequentados pelo público", mas referindo apenas estabelecimentos de restauração ou de bebidas e estabelecimentos comerciais, serviços e edifícios públicos. A definição destes limites é remetida para uma portaria do Ministério da Economia que ainda não foi publicada.