Números do Sistema dos Certificados de Óbito. Janeiro bate máximos de mortalidade
01-02-2021 - 07:50
 • Renascença com Lusa

Mês registou 19.470 óbitos e em quase todos os dias se bateram novos máximos. O dia 20 foi aquele em que morreram mais pessoas, por todas as causas (746 óbitos).

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Janeiro de 2021 foi o mês que somou mais mortos nos últimos 12 anos e quase todos os dias se bateram novos máximos, segundo dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO).

Estes dados mostram que janeiro de 2021 foi também o que teve mais mortes comparando com todos os meses de janeiro desde 2009, altura que estes dados começaram a ser registados.

O SICO, que só integra dados dos últimos 12 anos, mostra que o dia 20 de janeiro de 2021 foi aquele em que morreram mais pessoas, por todas as causas - 746 óbitos - um valor que ultrapassou em mais de 50% o mais elevado registado no mesmo dia desde 2009 (486).

Em janeiro de 2020, morreram 11.880 portugueses, enquanto que no mesmo período de 2021, morreram 19.470. Os números representam um aumento de 7.589 mortes de um ano para o outro, ou seja, de 64%, segundo as contas da Renascença baseadas nos dados fornecidos pelo SICO.

Só em janeiro de 2021, foram registadas 5.576 mortes por Covid-19, isto é, mais de um terço dos óbitos provocados pela doença desde o início da pandemia. No total, já morreram 12.482 pessoas de Covid-19, em Portugal.

As mortes Covid em janeiro de 2021 justificam parte do excesso de mortalidade verificado este mês, quando comparado com o período homólogo do ano passado. No entanto, 2.013 mortes não estão ligadas ao novo coronavírus.

Janeiro de 2020 foi o menos mortal dos últimos cinco anos, mês em que morreram 11.880 portugueses. Seguem-se 2018 (12.321), 2019 (12.925) e 2017 (13.531). O mês de janeiro mais mortal foi o deste ano. No primeiro mês de 2021 foram registados 19.470 óbitos.

A média de mortalidade dos meses de janeiro dos últimos dez anos, entre 2010 e 2020, é de 12.794 mortes. Em 2021, regista-se um aumento de 6.676 mortes em comparação com a média verificada.

Excluindo os primeiros quatro dias do mês, em todos os outros foi ultrapassado o valor máximo de óbitos registado em cada um dos dias do mesmo mês nos últimos 12 anos.

De acordo com os mesmos dados, desde 2009 que não tinha havido um único dia de janeiro em que tivessem morrido mais de 500 pessoas. Este ano, desde o dia 5, inclusive, que morreram sempre mais do que 520 por dia.

Se o dia com mais mortes por todas as causas foi a 20, aquele em que morreram menos pessoas foi a 2 de janeiro, com 426 óbitos, ainda assim o valor mais elevado dos últimos três anos para o mesmo dia.

Quanto aos óbitos considerados "em excesso" pelas autoridades de saúde, relativamente ao que era esperado, os dados do SICO mostram que só na última semana do mês foram mais de 2.560.

No pior mês da pandemia, as mortes por Covid-19 justificaram cerca de 28% dos óbitos de janeiro.

Em relação ao "tipo de morte", os dados do SICO mostram que, em janeiro, a maioria (90,3%, 17.068) foi considerada natural, 9% (1.709) ficou sujeita a investigação e 0,6% (114) deveu-se a causas externas.

Relativamente ao local do óbito, a maioria, 12.048, ocorreu em instituições de saúde, 4.197 no domicílio, 2.580 noutro local e em 68 casos o local da morte é desconhecido.