A lista verde
06-06-2021 - 13:14
 • José Bastos

José Alberto Lemos, Eduardo Baptista Correia e Nuno Botelho na análise da retirada de Portugal da green-list do Reino Unido.

Boris Johnson lançou a bomba para a indústria turística nacional ao retirar Portugal da “lista verde para viajantes”, com efeitos a partir da próxima terça-feira, dia 2. O choque surgiu apenas escassos cinco dias depois da final da Champions com dois clubes ingleses no Porto.

Pelo menos até ao final do mês, altura da próxima reavaliação, os planos da retoma – envolvendo turistas – ficam em suspenso com a desmotivadora obrigação da ‘quarentena’ de 10 dias e dois testes PCR após estadias em Portugal, até aqui o único destino da União Europeia com luz verde para britânicos.

As justificações do governo britânico num comunicado centrado no ‘caso português’ foram mais específicas que noutras ocasiões. Londres diz ter duplicado o número de casos positivos entre os testados em Portugal e terem sido identificados casos da variante indiana, agora classificada de Delta, com uma mutação adicional (nepalesa), potencialmente prejudicial.

Como pano de fundo a par do Reino Unido, Portugal e a República da Irlanda são os únicos países europeus onde as infeções por Covid19 estão a aumentar. O cenário em Lisboa não está controlado e alastra à área metropolitana. A Norte, Braga também preocupa.

São várias as questões para avaliar, desde a extrema dependência do turismo britânico até ao racional na base da decisão do governo de Boris Johnson, até com alegações de que o défice da balança comercial britânica está a preocupar no pós-Brexit.

A análise é de Nuno Botelho, líder da ACP – Câmara de Comércio e Indústria, Eduardo Baptista Correia, gestor, e o jornalista José Alberto Lemos a olharem também para o PRR e a espionagem dos Estados Unidos aos aliados europeus.