Chega está ilegal há um ano, diz Tribunal Constitucional
30-09-2021 - 18:08
 • Renascença

O partido vai reagir, esta sexta-feira, em conferência de imprensa.

O Tribunal Constitucional (TC) considera que os atos do Chega, desde o congresso de Évora, realizado em setembro de 2020, são inválidos e que, por isso, o partido está ilegal desde esse período.

O TC dá assim razão à tese do Ministério Público, por considerar a convocatória do congresso "ilegal", avança a TVI.

"Decide-se indeferir o pedido de anotação das alterações aos estatutos do partido Chega aprovadas na sua Convenção Nacional de 19 e 20 de setembro de 2020", escrevem os juízes.

O Tribunal Constitucional salienta que o Congresso de Évora correspondeu "necessariamente a uma reunião extraordinária" em que, dada essa natureza e o estipulado nos estatutos do Chega, só se poderia ter procedido a alterações estatutárias caso esse motivo fosse identificado na convocatória.

"Nem a deliberação da Direção Nacional respeitante à realização de tal convenção", "nem a convocatória", "contêm qualquer indicação de que, na reunião em causa da Convenção Nacional iriam ser discutidas e votadas propostas de alterações aos estatutos em vigor", apontam os juízes.

A alteração dos estatutos, como a criação dos cargos de secretários-gerais e da comissão de ética, são, assim, ilegais para o TC.

Em entrevista à Renascença, a 16 de setembro, o líder do Chega, André Ventura, reconheceu que o processo do Ministério Público era uma "situação difícil" e que, caso o Tribunal Constitucional desse razão ao Ministério Público, o partido seria "obrigado a fazer um congresso extraordinário", o que seria "logisticamente e politicamente inadequado" para o Chega.

O partido vai reagir à decisão do TC, esta sexta-feira, em conferência de imprensa.

[Artigo atualizado às 20h00]