​Jornada Diocesana da Juventude: “É importante que os jovens se encontrem com o seu bispo”
20-03-2021 - 16:43
 • Ângela Roque

Cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, participa no encontro deste domingo. Iniciativa, via Zoom, tem mais de 600 inscritos, mas o responsável pela Pastoral Juvenil da diocese acredita que, sendo online, irá chegar ao dobro das pessoas. À Renascença João Clemente fala, ainda, dos preparativos para a JMJ 2023, e garante que já há “muito trabalho feito”.

A Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) é uma iniciativa anual que reúne os jovens da diocese com o cardeal patriarca de Lisboa. Nas edições anteriores, em que tem decorrido de forma presencial, chegou a juntar mais de 1.200 pessoas de toda a diocese, mas o ano passado foi cancelada, por causa da pandemia. Este ano as condições sanitárias ainda não permitem um regresso à normalidade, mas vai realizar-se, embora em moldes diferentes.

“Este ano quisemos avançar, mesmo que seja de uma forma simbólica”, explica à Renascença João Clemente, diretor do Serviço de Juventude do Patriarcado de Lisboa.

“Não vai ocupar o dia inteiro, como habitualmente, em que os jovens se deslocam de toda a diocese para uma cidade ou vila concreta, mas vamos ter uma catequese com o senhor patriarca, retirada do itinerário 'Rise Up', que é o itinerário das catequeses de preparação para a JMJ”, conta.

A iniciativa vai decorrer via Zoom, entre as 15h00 e as 17h00, e terá vários “momentos musicais, com alguns jovens que irão animar a catequese, textos bíblicos, grupos de partilha, com base na catequese que o senhor patriarca irá dar”.

“Será um encontro de oração, de partilha, em torno do senhor patriarca. É muito importante que os jovens se possam encontrar anualmente com o seu bispo, e encontrarem-se uns com os outros, de tantas partes da diocese de Lisboa”, sublinha João Clemente.

Inscreveram-se na Jornada mais de 600 jovens, mas todos os que quiserem participar não necessitam de inscrição, “podem assistir através das redes sociais, do Youtube e do Facebook, à catequese e ao momento musical. Na parte dos trabalhos de grupo é que não participam nas salas do Zoom, porque há um limite de pessoas que a própria plataforma nos exige”, explica João Clemente, que acredita ser possível chegar a muitos mais jovens. “Quando decorrem presencialmente, as Jornadas têm cerca de 1.200 participantes. Acho que este ano, sendo online, chegaremos a muito mais pessoas, que podem nas suas casas estar a assistir a este encontro”.

Este responsável admite que as restrições impostas pela pandemia têm dificultado a atividade ao nível da Pastoral Juvenil, mas também tem havido muita criatividade nas soluções encontradas.

Diria que há uma transformação. Nos últimos anos a Pastoral Juvenil, para o bem e para o mal, tem acontecido em torno de eventos onde os jovens se encontram, têm muitas atividades, e isso a pandemia veio dificultar. Por outro lado, houve muitas coisas que aconteceram e que os próprios jovens, com a sua criatividade, conseguiram promover, e neste momento não faltam propostas online, através das plataformas digitais, propostas de encontro, de oração, de grupos bíblicos. Portanto, houve aqui uma transformação. Se calhar estamos a chegar a outras pessoas, de forma diferente, mas isto também é positivo para a própria Pastoral Juvenil se repensar”, sublinha.

Para esta JDJ foi lançada a campanha #rememberjdj, em que os jovens foram desafiados a enviar fotos ou vídeos de Jornadas anteriores em que tenham participado, para “ fazer memória a pensar no futuro, dizer que não nos esquecemos e que nos queremos encontrar uns com os outros e com o patriarca”.

D. Manuel Clemente irá anunciar, este domingo, a data em que a próxima JDJ presencial irá ter lugar.

Dia 23 de março, terça-feira, todos os jovens estão convocados para uma via sacra online, preparada pela Pastoral Universitária de Lisboa e pelos vários Núcleos de Estudantes Católicos, no âmbito da dinâmica de preparação para as Jornada Mundial da Juventude, que Lisboa vai acolher em 2023.

JMJ Lisboa 2023: “há muita coisa a acontecer”

As restrições impostas pela pandemia também têm condicionado a preparação para as Jornadas Mundial da Juventude, mas recentemente o Comité Organizador Diocesano já se reuniu com os coordenadores dos 18 Comités Organizadores Vicariais, e está a fazer o mesmo com os responsáveis dos Comités Paroquiais.

“Numa diocese como a nossa, que é muito grande a nível geográfico, com muitas pessoas e paróquias, tem sido um trabalho muito exigente, mas muito importante. Neste momento, temos cerca de 97% das paróquias já com Comité Organizador Paroquial. São cerca de 260 paróquias, que já têm o seu responsável paroquial para a JMJ”, explica João Clemente.

O diretor do Serviço de Juventude do Patriarcado garante que a Igreja de Lisboa está a preparar-se para receber a JMJ, e que “há muita coisa a acontecer” e “muito trabalho feito, muito trabalho invisível” e envolvendo sobretudo os mais novos.

“Foi pedido que nestes comités vicariais e paroquiais fosse dado protagonismo aos jovens, para que pudessem ter a JMJ como uma coisa deles, e destas 280 pessoas que já estão escolhidas na diocese de Lisboa, a média etária são os 27 anos, o que me parece positivo. As paróquias conseguiram encontrar jovens que assegurassem a coordenação destes comités, por isso são os jovens que estão, de facto, no centro deste movimento, desta força que é a Jornada Mundial da Juventude”, assegura João Clemente.