Fernando Santos garante que Israel não é "exame" para a Hungria
08-06-2021 - 17:41
 • Renascença

O selecionador assume que o jogo de estreia será fundamental para uma boa campanha. A chave para vencer o Europeu será repetir a fórmula de 2016: encontrar o "nós" perfeito.

Fernando Santos garantiu, esta terça-feira, que o particular de Portugal frente a Israel, o último de preparação para o Euro 2020, não será um teste aos jogadores para ver quem alinhará diante da Hungria, na estreia.

"Estamos centrados naquilo que estamos a trabalhar, no nosso processo de jogo, o que a equipa faça nos vários momentos de jogo. Os jogadores têm sido inexcedíveis no trabalho. Todos, sem exceção. Os jogos com Espanha e Israel têm a ver com este processo aquisitivo. Não haverá nenhum exame amanhã [quarta-feira], nem houve com a Espanha, para algum jogador estar no jogo com a Hungria", assegurou o selecionador nacional, na conferência de imprensa de antevisão da partida.

Fernando Santos explicou, ainda, que os jogos com Espanha e Israel "não têm a ver com os adversários", mas sim com trabalhar comportamentos da equipa. "Isto não é um teste para os nossos jogadores", reiterou.

"Temos é de seguir o nosso processo e não podemos estar a ziguezaguear sempre. Temos um processo de jogo, vamos ver se está a funcionar bem. Temos de testá-la. Se virmos que não está a funcionar, teremos de ajustar", reconheceu o timoneiro da equipa das quinas.

Crucial entrar a vencer


Nessa lógica, o selecionador nacional sublinhou que uma derrota com Israel, ainda que amarga, porque o objetivo é sempre vencer, "nada alteraria" na preparação para o Europeu, em que "é tudo diferente". Algo que o levou, também, a valorizar o jogo de estreia, com a Hungria.

"Em 2016, perdemos com a Bulgária e já toda a gente dizia que Portugal não ia lá fazer nada, e depois fomos campeões europeus. Empatámos três jogos, um deles com a Hungria, por acaso, e ia morrer tudo. A gente pensa na Alemanha e na França, mas aquilo é uma fase de grupos e não vai decidir o campeão da Europa. Se decidisse, até podia ser mais entre os três. Mas não é e não nos podemos esquecer da Hungria. O primeiro jogo é sempre muito importante em fases de jogo curtas. São só três jogos. Encerra sempre um grau de dificuldade elevado, mas tenho confiança absoluta nos meus jogadores. Estes jogos [particulares] são muito importantes para cimentarmos as nossas ideias e chegarmos ao Europeu a 'top' em termos mentais, físicos e estratégicos", sublinhou.

Formar o "nós" perfeito


Para estar a "top" e só regressar a Portugal no dia seguinte à final, a seleção terá de ter o mesmo espírito de 2016: pensar apenas no aspeto coletivo. Mais ainda, admite Fernando Santos, considerando que não há um clube que sirva de espinha dorsal e que, "com poucas exceções, venceram as seleções que têm como base uma ou duas equipas":

"Como é que se resolve? Como em 2016. Fazendo um 'nós' perfeito. Se construirmos um 'nós' perfeito, dentro e fora de campo, voltamos a ganhar. Isso faz-se pensando só no coletivo e não no individual. Se pensarmos pelo individual, que eu faço melhor se jogar nesta ou noutra posição, fazemos zero. Felizmente, até agora temos formado esse 'nós' perfeito. Independentemente do que cada um gosta mais, estamos aqui para servir a seleção. Espero que seja assim neste Euro 2020."

Reforçando essa posição, Fernando Santos lembrou que, a nível individual, "ninguém tem dúvidas" do valor de Portugal. Contudo, é necessário colocar a qualidade coletiva "num patamar elevado".

"Não é matemática pura"


De qualquer forma, e mesmo com todas as condicionantes, incluindo a pandemia da Covid-19, que tem assombrado algumas equipas, o selecionador garantiu que não se sente "nem mais nervoso, nem mais condicionado" do que em 2017. Está, isso sim, "com a mesma convicção".

"Quando cheguei à seleção portuguesa, afirmei logo essa convicção aos jogadores. Continuo a afirmar-me da mesma forma. Com a qualidade dos jogadores, continuo a afirmar com a mesma convicção que Portugal é candidato a conquistar o Europeu e é com esse objetivo que vamos lá. Agora, sabemos do grau de dificuldade. Isto não é matemática pura, o futebol é um jogo de erros", salientou o timoneiro das quinas.

Portugal defronta Israel, no último jogo de preparação para o Euro 2020, na quarta-feira, às 19h45, em Alvalade, Lisboa. Relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.