Presidenciais. Concelhos com menor escolarização registaram abstenção mais elevada em 2016
24-01-2021 - 19:52
 • Lusa

De acordo com os dados da plataforma EyeData, disponibilizados pela agência Lusa, a abstenção foi mais elevada nos municípios que apresentam uma população mais envelhecida em relação à média nacional.

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Os concelhos onde a abstenção foi mais alta nas presidenciais de 2016 situam-se no interior norte e são municípios com um nível de escolarização inferior à média nacional, segundo o portal de dados estatísticos EyeData, disponível no portal da agência Lusa.

Nestes concelhos, onde a abstenção ultrapassou, em média, 60% contra os 51,34% registados a nível nacional, a percentagem de população com mais de 15 anos e que terminou pelo menos o ensino secundário é de apenas 22,6%, quando a média nacional é de 30,53%, segundo os últimos dados conhecidos.

O cenário repete-se quando se mede a percentagem de empregadores com, pelo menos, o ensino secundário concluído: o valor é de 47,49% nestes concelhos e a média nacional chega aos 53,23%.

Quanto à taxa de retenção no ensino básico, nestes concelhos, o valor atinge os 5,12% quando a média nacional é de 3,8%.

Em termos de sistema educativo, estes concelhos apresentam ainda um valor superior à média nacional quanto ao número de estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico e secundário por cada 10 mil habitantes e apresentam uma maior percentagem de computadores com internet no ensino básico e secundário.

No caso dos concelhos com mais abstenção nas presidenciais de 2016 é possível verificar, ainda, que são territórios onde a densidade populacional é muito inferior à média nacional, apresentando um valor de 47,8 habitantes por quilómetro quadrado, quando a média nacional é de 111,62.

São, também, municípios que apresentam uma população mais envelhecida que a média nacional, sendo que a população com mais de 65 anos representa 23,25% da sua população total enquanto a média nacional é de 21,99%.

No que toca ao poder de compra, nestes concelhos, é inferior à média nacional e atinge apenas 78,95% do total do país.

Os trabalhadores por conta de outrem ganham em média 968,95 euros por mês, quando a média nacional é de 1168,42 euros.