Poluição marinha. Megaoperação deteta 1.600 infrações
29-04-2021 - 12:46
 • Marta Grosso

A operação “Empact” foi coordenada pela Europol, a Frontex e a Interpol. Num mês, foram feitas 34 mil fiscalizações.

Uma operação global levada a cabo entre 1 e 30 de março por 300 agências de 67 países detetou 1.600 infrações no âmbito da poluição marinha, desde descargas ilegais a tráfico de resíduos.

Os números são avançados nesta quinta-feira pela Europol, que, em conjunto com a Frontex, coordenou a parte europeia da operação, enquanto a Interpol coordenou as atividades globais.

No total, foram feitas 34 mil fiscalizações no mar, canais hídricos, áreas costeiras e portos. Das 1.600 infrações detetadas:

  • 500 dizem respeito a atos ilegais de poluição no mar, incluindo descargas de óleo, desmantelamento ilegal de navios e emissões de enxofre de navios;
  • 1.000 são de crimes de poluição em zonas costeiras e fluviais, incluindo descargas ilegais de contaminantes;
  • 130 são casos de tráfico de resíduos pelos portos.

Através da base de dados da Interpol, foi ainda possível perceber a existência de ligações entre o crime de poluição e outros crimes graves, como fraude, corrupção, evasão fiscal, lavagem de dinheiro, pirataria e pesca ilegal.

Aproveitamento da pandemia

Com as autoridades centradas na contenção da pandemia de Covid-19, houve quem tivesse explorado as vulnerabilidades criadas para cometer crimes de variada ordem.

No campo ambiental, foi detetada uma importante rede criminosa de tráfico de resíduos plásticos (máscaras e luvas, por exemplo) entre a Europa e a Ásia, o que desencadeou uma cooperação entre as autoridades de ambas as regiões.

Até o momento, foram detidos 22 suspeitos e milhares de toneladas de lixo impedidas de serem enviadas ilegalmente para a Ásia.

É, contudo, provável que os resíduos despejados já tenham contaminado os solos e gerado considerável lixo marinho.

A ação das polícias internacionais ocorreu depois de cinco meses de recolha e análise de informação, permitindo que os países participantes identificassem os pontos críticos e os alvos a atingir.