Sinais de alerta, tipo de confinamento a adotar e mensagem a difundir são as tarefas pedidas pelo primeiro-ministro a peritos e parceiros sociais para a próxima semana. Desconfinar não é para já e a Páscoa, dentro de seis semanas, não vai ser vivida nos moldes tradicionais.
No meio de uma nova vaga de críticas, e com Portugal ainda a liderar os piores rankings, a semana não foi nada favorável a António Costa que viu o professor Manuel Carmo Gomes, uma das vozes de maior racionalidade no debate público, bater com a porta nas reuniões do Infarmed e acusar o governo de ter gerido o combate à pandemia sempre a reboque dos acontecimentos.
O matemático da equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, na modelação da situação epidemiológica do país, explicou que a curva de contágio começa a descer. Manuel Carmo Gomes argumentou que “o país está com o pé na mola”, mas o que acontecerá depois de retirar o pé? – perguntou o cientista defendendo a aposta na testagem reforçada e rastreamento.
“O vírus comporta-se como uma mola em que é preciso usar um pé, ou uma mão, para manter a pressão, caso contrário a mola dispara, nesta situação o número de casos aumenta exponencialmente. O pé está na mola porque estamos confinados, mas como sair de casa sem que a mola venha por aí acima outra vez e, talvez, agravada pelas novas variantes?”, questionou Manuel Carmo Gomes.
Este diagnóstico condicionou todo o debate da semana a que acresce a entrevista de Alexandre Lourenço da APAH, revelando ter proposto ao governo - em março de 2020 - a criação de uma estrutura de coordenação da resposta à pandemia e agilizar a colaboração entre os distintos serviços. Alexandre Lourenço já disse que se está ainda a trabalhar em cima do joelho.
Como assim? 11 meses depois ainda se trabalha em cima do joelho? A resumir as perplexidades da semana a pergunta abre a análise de Nuno Botelho, jurista e presidente da ACP – Câmara de Comércio e Indústria, Eduardo Baptista Correia, gestor e professor universitário e José Alberto Lemos, jornalista, a olhar também para o novo impeachment a Trump.