Marta Temido alerta para "contexto europeu adverso" e "envolve todos" no sucesso do desconfinamento
23-03-2021 - 13:03
 • Renascença

Ministra da Saúde falava no final da reunião com peritos na sede do Infarmed. Marta Temido considera que, com o risco efetivo de transmissão a aumentar e com a prevalência da variante britânica nos 70%, "devemos manter atenção elevada" e não é tempo para "aliviar as medidas de precaução".

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O sucesso e continuidade do plano de desconfinamento depende de manter os indicadores de risco da Covid-19 controlados, mas a mobilidade está a aumentar e o "contexto europeu é adverso", alerta a ministra da Saúde, Marta Temido.

No final da reunião com peritos na sede do Infarmed, a governante disse que a "situação epidemiológica mantém-se estável, com uma tendência decrescente no número de novos casos, internamentos e mortalidade”.

Sobre os indicadores de risco que determinam o avanço ou pausa no plano de desconfinamento de quatro fases, Marta Temido indicou que, ao nível da incidência, Portugal regista entre 60 e 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

Relativamente ao risco efetivo de transmissão, o país passou dos 0,61 em meados de fevereiro - durante o confinamento - para os atuais 0,89, salientou.


Marta Temido considera que, com o risco efetivo de transmissão a aumentar e com a prevalência da variante britânica nos 70%, "devemos manter atenção elevada e especial atenção na forma como abordamos próximos dias e semanas" para que a pandemia não se volte a descontrolar.

A situação em Portugal melhorou, depois do pico da pandemia, e a ministra da Saúde alerta que o país está agora em "contraciclo" com a generalidade da Europa.

"No contexto europeu, há uma situação em que os vários países têm incidência elevada e riscos efetivos de transmissão considerados elevados, é um contexto adverso e preocupante", salientou.

Questionada se o plano de desconfinamento está a correr bem e se as próximas fases do calendário são para manter, Marta Temido diz que tudo vai depender da evolução dos indicadores de risco e apela aos portugueses para que mantenham os cuidados.

"Temos que manter o risco efetivo de transmissão e os riscos de incidência em níveis controlados. Se isso não acontecer, corremos o risco ou de não andar para a frente ou de ter que andar para trás, se estivermos numa fase mais complexa da pandemia. Esperamos manter-nos nos níveis de risco de transmissão e incidência e outros indicadores que permitam continuar a progredir, mas temos que estar atentos e isso envolve todos", salientou a ministra.

No final da reunião com os peritos no Infarmed, Marta Temido reforçou a aposta na estratégia de testagem no regresso ao ensino presencial e noutras atividades e os progressos no plano de vacinação: "estimamos no final da semana atingir meta de inoculação de 80% das pessoas com mais de 80 anos e, ainda esta semana, ter mais de um milhão de portugueses com uma dose e meio milhão já com o processo completo".

A governante deu conta que os portugueses estão a sair mais para a rua e há menor utilização do teletrabalho. Marta Temido aproveitou para renovar o apelo a medidas de prevenção de saúde pública, manutenção do teletrabalho quando possível, restrição dos contactos sociais e ao "não aliviar as medidas de precaução".

Evolução da Covid-19 em Portugal