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Achado arqueológico indica ocupação visigótica em Sabrosa

09 ago, 2022 - 11:44 • Maria João Costa

Escavações na Necrópole Medieval das Touças, em Garganta indicam a presença visigótica em Trás-os-Montes. A equipa de arqueólogos descobriu, um achado inédito, uma fivela em bronze.

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Conhecida como “Cemitério dos Mouros”, na Necrópole Medieval das Touças, em Garganta no concelho de Sabrosa foi feita uma descoberta inédita. Ao dar início às escavações, a Associação de História de Arqueologia de Sabrosa encontrou vários “achados estruturais” e artefactos que indicam a presença visigótica na região.

Em comunicado, a autarquia explica que “entre vários achados destaca-se a descoberta de um vestígio dos séculos VI/VIII de elevada importância”. Em causa está “uma curiosa fivela liriforme, em bronze” encontrada pela equipa de arqueólogos.

“Os pesquisadores acreditam que este artefacto sugere a possibilidade de ocupação visigótica na zona de Trás-os-Montes, um achado inédito, visto que até à data não havia registos da mesma nesta região”, confirma a autarquia.

A Necrópole situada “junto a um antigo caminho rural que une os lugares de Garganta e Vilar de Celas” está “associada a um antigo povoado aberto, constituído por cinco sarcófagos rupestres, uma sepultura rupestre geminada, um marco de demarcação da antiga Ordem Militar e Religiosa de Malta e mais de 90 ortostatos ou pedras fincadas”.

A equipa de arqueólogos vai continuar as escavações, pelo que a câmara de Sabrosa espera que o número de achados possa ter tendência a aumentar com o avanço dos trabalhos.

À agência Lusa, o arqueólogo Gerardo Vidal Gonçalves explica que o local em que decorrem os trabalhos “é um sítio conhecido há mais de 100 anos. A primeira referência foi em 1912, mas não teve trabalhos de investigação. É um sítio extenso, complexo que tem várias épocas, desde a Alta Idade Media até, mais ou menos, ao final da Baixa Idade Média e tem, também, alguns indícios de ocupação anterior, pré-romana, mas ainda estamos a estudar".

Os trabalhos em curso neste verão envolvem uma equipa de 15 pessoas, entre os arqueólogos e estudantes de arqueologia que trocam as férias neste mês de agosto pelas escavações.

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