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O que nos guarda o céu de 2020? Fenómenos astronómicos para ver este ano

03 jan, 2020 - 19:23 • Inês Rocha

É um ano cheio de eclipses - mas não há nenhum espetacular para ver em Portugal. Ainda assim, há superluas e chuvas de meteoros com fartura para ver em 2020.

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Se gosta de astronomia e procura acompanhar os principais fenómenos que invadem o céu ao longo do ano, esta lista é para si.

No início de mais um ano, a Renascença olhou para os dados astronómicos publicados pelo Observatório Astronómico de Lisboa e, com a ajuda do astrofísico Rui Agostinho, preparou-lhe uma lista de fenómenos astronómicos que não vai querer perder em 2020.

Desde chuvas de meteoros a eclipses e às luas mais bonitas do ano, há muito para ver no ano que agora começa.

Chuva de meteoros a abrir 2020

Logo no início do ano, há chuva de meteoros - uma das melhores no hemisfério norte para ver. As Quadrântidas vão marcar o céu noturno até 12 de janeiro, atingindo o seu ponto máximo na madrugada entre o dia 3 e 4 de janeiro.

Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, esta chuva de meteoros é pouco conhecida porque a sua atividade é normalmente de curta duração, com o pico a durar apenas 4 horas. Este ano não será possível observar o pico em Portugal, porque este ocorre já de dia, às 08h20 horas do dia 4 de janeiro, com a Lua na fase de Quarto Crescente.

O momento em que a terra está mais perto (e mais e longe) do Sol

Pode parecer estranho, mas no dia 5 de janeiro de 2020, pelas 8 horas, quando o hemisfério norte está em pleno inverno, a Terra passará no ponto da órbita mais próximo do Sol - o periélio.

"Muita gente acredita que é verão porque a Terra está mais próxima do sol, mas estamos na situação oposta", explica à Renascença o astrofísico Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).

Isto acontece porque as estações do ano não dependem da distância ao Sol (que varia pouco porque a nossa órbita elíptica é quase circular), mas sim da inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano orbital.

Tecnicamente, neste dia será possível ver o sol ligeiramente maior em diâmetro, mas isso não será visível a olho nu, explica Rui Agostinho. "É uma variação diária tão pequenina que as pessoas não têm memória para poder reparar", explica.

A 4 de julho, acontece o oposto - a Terra está no afélio, o ponto mais afastado do Sol. O que não impede os raios de Sol de chegarem em força a Portugal.

Seis eclipses num ano - mas nem todos visíveis em Portugal

2020 vai ser um ano repleto de eclipses - quatro da lua e dois do sol. No entanto, não conseguirá ver os dois eclipses do sol (um anular, a 21 de junho, e outro total, a 14 de dezembro) em Portugal.

Quanto aos eclipses lunares, o mais visível acontecerá já no dia 10 de janeiro, dia em que a lua entrará na penumbra às 17h06.

O eclipse penumbral ocorre quando a lua passa pela sombra parcial da Terra, o que deixa o satélite menos brilhante. "Nunca vemos a mancha escura da falta de Sol atingir a lua. A lua está sempre iluminada pelo Sol, não com o brilho que normalmente tem. Há apenas uma parte do Sol a iluminar a lua, porque a Terra está no meio do caminho", explica o responsável do OAL.

O eclipse estará no seu ponto máximo às 19h10 e termina às 21h14.

Há mais eclipses lunares para ver em Portugal no dia 5 de junho e 5 de julho - também estes penumbrais. "Este é um mau ano para ver eclipses da lua", brinca Rui Agostinho.

Três superluas para fotografar

Para quem gosta de fotografar fenómenos astronómicos, o dia 9 de março traz uma nova superlua, fenómeno que ocorre quando o satélite natural está mais próximo da Terra e coincide com a fase da lua cheia.

O fenómeno pode ser observado a partir das 18h de dia 9 de março. Às seis horas da manhã de dia 10, a lua estará no perigeu - o ponto no percurso da sua órbita em que o satélite está mais próximo da Terra.

Após a superlua de março, o fenómeno repetir-se-á a 7 de abril e 9 de maio.

12 e 13 de agosto - As Perseidas

Perseidas, a famosa chuva de meteoros de verão, visita-nos mais uma vez este ano, entre 12 e 13 de agosto. É a chuva de meteoros mais espetacular e ocorre anualmente.

Popularmente conhecidas como “Lágrimas de S. Lourenço” por acontecerem na altura em que este santo é celebrado, as Perseidas, que começam a 16 de julho, têm o seu pico de atividade de 11 a 13 de agosto. Nesta altura, e à semelhança do que acontece com as Quadrântidas, deverá ser possível ver umas 110 estrelas a riscar o céu numa hora.

21 e 22 de dezembro - As Úrsidas

A chuva de meteoros Úrsidas é vista do Hemisfério Norte e acontece em decorrência dos restos do cometa Tuttle. O evento ocorre entre os dias 17 e 25 de dezembro, sendo mais intenso na noite do dia 21 para o dia 22.

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