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Instituto Confúcio, em Lisboa, ensina mandarim a mil portugueses

02 dez, 2018 - 18:21

Além das aulas, que têm como objetivo ensinar a ler, escrever e falar, há cursos de cultura chinesa e atividades complementares, como a caligrafia.

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Com um universo de 14 alunos foi criado há 10 anos, na Universidade de Lisboa, o Instituto Confúcio, que atualmente ensina chinês (mandarim) a cerca de mil portugueses, entre jovens ou reformados.

Além das aulas, que têm como objetivo ensinar a ler, escrever e falar, há cursos de cultura chinesa e atividades complementares, como a arte da caligrafia, uma das mais concorridas, de acordo com a diretora da instituição, Teresa Cid.

“A caligrafia na China é uma das artes maiores porque combina escrita com pintura e por isso é muitíssimo valorizada”, afirmou, referindo que na cultura chinesa não se trata apenas de escrever à mão.

“É preciso uma grande habilidade, não é só para escrever os carateres, é para os desenhar caligraficamente, com o pincel na posição certa, com o papel certo, tudo isso”, explicou.

Na cerimónia do chá, uma das atividades de divulgação, mostra-se como os chineses bebem o chá: “É muito diferente da nossa maneira de beber o chá. É uma cerimónia quase de reflexão e introspeção”, salientou.

Os alunos têm as mais diversas origens e proveniências, universitários, empresários, pessoas das várias profissões.

“Temos pessoas reformadas que estão a aprender chinês e cultura chinesa por gosto e por estímulo intelectual também e até, eu diria, estímulo de atividade mental, porque exige memória e capacidade de compreensão muito finas”, precisou.

“É bastante exigente, por um lado, mas por outro lado muito compensador, tanto quanto muitos dos nossos alunos também nos dizem”, acrescentou a responsável pelo Confúcio em Lisboa.

O instituo, criado em parceria com a China, está também a apoiar o ensino da língua em escolas da área da grande Lisboa, no âmbito da colaboração num projeto-piloto do Ministério da Educação.

Em Portugal, há outros institutos Confúcio no Minho, em Aveiro e em Coimbra, que colaboram com escolas e instituições de ensino superior e que estão também envolvidos no apoio aos professores desse projeto, indicou.

A universidade parceira de Lisboa é a Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin, que Teresa Cid descreveu como “uma pequena cidade portuária, de 13 milhões de habitantes, muito bonita”, ligada a Pequim.

Alguns cursos permitem um estágio naquela universidade. Todos os anos há bolsas para três tipos de estudos – um curso de verão, por um semestre ou um ano, além de apoios a mestrados e doutoramentos.

O instituto tem adaptado a oferta à procura e há cerca de um ano criou um curso para turismo. No segundo semestre os alunos fazem um estágio na China, numa cadeia de hotéis.

“No fundo vão ter uma experiência ‘in loco’ e ver como é que os chineses recebem os seus visitantes, sejam chineses ou estrangeiros, para tentarem depois adaptar, ao regressarem, o que aprenderam, além de terem desenvolvido muitíssimo a capacidade de falar”, sublinhou.

Antes têm um curso intensivo de um mês na universidade parceira de Tianjin.

Teresa Cid conta que a experiência reportada pelos alunos é positiva: “Todos consideram que foi um grande desafio lidar com o choque cultural, que é uma das coisas que temos de perceber. Os chineses quando chegam cá têm um choque cultural e nós quando vamos para lá também”.

De acordo com a responsável, quase todos os alunos querem voltar: “Temos muitos casos desses, de as pessoas se apaixonarem”.

O domínio do mandarim é considerado uma vantagem empresarial na apresentação dos cursos do Instituto Confúcio, que está a tentar desenvolver formações mais personalizadas para dar resposta à procura dos empresários.

Todos os professores são chineses, enviados pela China, maioritariamente da universidade parceira, que há vários anos leciona um curso de português.

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