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Francisco e as periferias da Papua Nova Guiné. "Mantenham acesa a luz do amor"

07 set, 2024 - 11:25 • Aura Miguel , enviada da Renascença

O Papa dedicou esta tarde às realidades mais escondidas e difíceis, onde a Igreja assegura a sua presença.

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"Mantenham acesa a luz do amor". Foi este o apelo deixado pelo Papa Francisco às crianças de uma escola católica em Port Moresby, na Papua Nova Guiné.

Num espaço que se dedica a apoiar menores que vivem na rua e crianças com deficiência, Francisco disse que as dificuldades que cada um atravessa não devem ser um obstáculo à alegria e que o amor é o mais importante

O Papa dedicou esta tarde às realidades mais escondidas e difíceis, onde a Igreja assegura a sua presença. Primeiro, visitou uma escola católica, “Charitas technical secondary school”, que acolhe crianças com deficiência e meninos da rua abandonados. Em seguida, encontrou-se com bispos sacerdotes, religiosos e catequistas da Papua Nuova Guinea e das Ilhas Salomão, uma zona do globo com 800 línguas e culturas e milhares de tribos.

Em jeito de diálogo, com perguntas e respostas, Francisco pediu coragem à semelhança dos missionários que aqui chegaram há séculos. “Eles não desistiram, com grande fé e zelo apostólico continuaram a pregar o Evangelho e a servir os seus irmãos, recomeçando muitas vezes”, recordou.

O Papa recomendou a todos a opção pelas periferias deste país. “Estou a pensar nas pessoas que pertencem às camadas mais desfavorecidas das populações urbanas, bem como nas que vivem em zonas mais distantes e abandonadas, onde chega a faltar o necessário. E ainda naquelas que, por causa de preconceitos e superstições, são marginalizadas e feridas, moral e fisicamente, chegando por vezes a ter a vida em perigo”.

Feitiçarias, abusos e violência

Uma leiga catequista, Grace Wrakia, testemunhou a dificuldade em afirmar-se nesta sociedade demasiado “paternalista” e desejou que os jovens não sejam ignorados, mas acolhidos “de coração e mente aberta”, que os religiosos e sacerdotes trabalhem “como parceiros e não concorrentes” e que os leigos possam “participar activamente na vida da Igreja e não como espectadores”.

Testemunho impressionante foi também o de Lorena Jenal, que trabalha na “Casa da Esperança”, na diocese de Mendi.

“Existem no nosso país práticas de magia negra, uso de droga e reciclagem de dinheiro”.

O referido Centro trabalha com os líderes das comunidades, com as famílias de diversas confissões, com os defensores dos direitos humanos, polícia e advogados, sobretudo, para proteger as mulheres de falsas acusações e de extorsão. “Até agora, conseguimos ajudar 250 mulheres e um pequeno grupo de homens”, declarou. O apoio deste Centro inclui terapia, ajuda médica, psicológica, financeira e emotiva.

"Queridos irmãos, continuai assim a vossa missão, como testemunhas de coragem, beleza e esperança!”, respondeu Francisco.

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