28 ago, 2024 - 08:34 • Aura Miguel , Daniela Espírito Santo
O Papa Francisco pediu, esta quarta-feira, para que o mundo una forças "para combater o tráfico de seres humanos", para "parar os traficantes criminosos que exploram impiedosamente a miséria alheia" e transformar os "mares e desertos" não em "cemitérios" mas em "caminhos de liberdade e fraternidade".
Na audiência geral desta quarta-feira, Francisco condena quem trava o caminho dos migrantes, quem opera "de forma sistemática e com todos os meios para fazer recuar os migrantes". "E, isto, quando feito com consciência e responsabilidade, é um pecado grave", garante.
O Santo Padre admite que "alguns desertos" se tornam "cemitérios de migrantes" e que, muitas vezes, tal não acontece por morte natural. "Às vezes levam [as pessoas] até ao deserto e abandonam-nas. Na era dos satélites e dos drones, há homens, mulheres e crianças migrantes que ninguém deve ver. Só Deus os vê e ouve o seu clamor", lamenta.
"Naqueles mares e desertos mortais, os migrantes de hoje não deveriam estar", reitera o papa, deixando sugestões para quem lidera os destinos do mundo.
"Não é com a militarização das fronteiras, não é com recuos que conseguiremos este resultado. Em vez disso, consegui-lo-emos através da expansão de rotas de acesso seguras e regulares para os migrantes, facilitando o refúgio para aqueles que fogem de guerras, violência, perseguições e vários desastres; consegui-lo-emos promovendo de todas as formas uma governação global das migrações baseada na justiça, na fraternidade na solidariedade", explana.