21 jul, 2024 - 23:51 • Ana Catarina André , Tomás Anjinho Chagas
Centenas de fiéis, mais de 200 padres e 28 bispos, entre os quais os cardeais D. Manuel Clemente, D. José Tolentino Mendonça e D. António Marto, juntaram-se este domingo, no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, para as ordenações episcopais de D. Alexandre Palma e D. Nuno Isidro Cordeiro, os novos bispos auxiliares do Patriarcado de Lisboa.
À entrada, ainda antes de a celebração começar, Miguel Maximiano, da paróquia de Mafra, diz que este é um momento importante para a diocese. “Estamos há algum tempo sem bispos auxiliares – só tínhamos o D. Joaquim Mendes. Temos alguns problemas que esperamos que possam ser agora colmatados”, frisa, contando que o filho é aluno do Seminário dos Olivais, onde D. Nuno Isidro Cordeiro era até agora diretor espiritual.
Houve também quem viesse ao Mosteiro dos Jerónimos, este domingo à tarde, para assistir à imposição do Pálio de Metropolita, uma insígnia litúrgica de honra e jurisdição concedida recentemente ao Patriarca de Lisboa pelo Papa Francisco. “Este Pálio seja para ti símbolo da unidade e garantia de comunhão com a Sé Apostólica, vínculo de caridade e estímulo de fortaleza”, disse o Núncio Apostólico, D. Ivo Scapolo, nesse momento da celebração.
Na homilia, o Patriarca de Lisboa pediu aos novos bispos que estejam junto dos “mais simples, dos pobres e dos excluídos”. Quase no final, e já depois dos rituais da ordenação, D. Nuno Isidro Cordeiro agradeceu a todos os que passaram pela sua vida. “Procurarei corresponder com a mansidão e humildade de coração nas funções que me forem confiadas”, disse, num discurso em que se emocionou por diversas vezes.
Religião
Na ordenação episcopal de D. Alexandre Palma e D. (...)
Pouco depois, foi a vez de D. Alexandre Palma dizer que assume o ministério “como um fazer caminho” que tem o “Evangelho como mapa”. Entre os diversos agradecimentos que deixou, o novo bispo auxiliar de Lisboa, que é também presidente da Fundação JMJ, dirigiu-se às autoridades presentes, pedindo que deem as mãos “em prol do bem comum”.
No final, questionado pela Renascença, admitiu que o aumento do número de pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa é um “problema que está claramente identificado e no coração da Igreja". “Queremos fazer não apenas um trabalho social, mas um trabalho integral”, disse, acrescentando que não se trata “só de dar o pão do corpo, mas o pão do espírito”. “Os poderes políticos e sociais do Estado têm uma esfera de ação, a Igreja tem outra. Não se sobrepõem, e em alguns pontos podem cooperar", considerou ainda.
Depois da missa de mais de duas horas, foram muitos os que quiseram cumprimentar os novos bispos. Célia Onofre era uma entre centenas de fiéis. “Espero que D. Nuno seja tão bom bispo quanto foi prior na Carvoeira, quando começou a ser padre", resumiu, dizendo que o novo prelado é um homem “sereno, amigo e muito bom para os jovens”.
A seu lado, Maria Otília partilha também as suas recordações sobre o novo bispo, que é também vigário-geral do Patriarcado de Lisboa. "Foi para lá [Carvoeira] e tornou-se um bom padre, justo, reto, amigo de todos", diz, acrescentando que o novo bispo auxiliar vai ter "alguns problemas" para resolver, desafios para os quais "tem capacidade” de resolução.
Entrevista
A afirmação é de D. Alexandre Palma, que este domi(...)