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"Vou receber mais do que vou dar"

JMJ. Professora de Francês acolhe peregrinos de Tours

14 jul, 2023 - 07:00 • Liliana Carona

No concelho de Seia, na localidade de Santa Marinha, com vista privilegiada para a Serra da Estrela, está uma professora de francês aposentada que tem tudo pronto para receber no dia 27 de julho dois peregrinos de Tours, França. As dormidas e as refeições até ao dia 31 estão asseguradas. E o primeiro prato que os franceses vão provar já está decidido: bacalhau espiritual.

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Isabel Marques, 64 anos, tem tudo preparado para receber os peregrinos que vêm de Tours, França, para permanecer na sua casa de 27 até 31 de julho, no âmbito da iniciativa das famílias de acolhimento da Jornada Mundial da Juventude.

Ela e o marido, Pedro Saraiva, não hesitaram em dizer ‘sim’ ao convite que escutaram numa das celebrações eucarísticas. “O sr. padre fez o pedido na eucaristia e eu de imediato mandei mensagem ao padre Rafael e disse-me logo que eu podia ser família de acolhimento. Já tive várias reuniões, é indiferente quem vou receber. São sempre bem-vindos e quero participar com eles nas atividades previstas”, garante Isabel, salientando que esta “é uma forma diferente de participar nas jornadas”.

A professora reformada de francês explica que não é a única na localidade de Santa Marinha a ser família de acolhimento.

“Só eu conheço pelo menos mais quatro famílias que vão receber peregrinos, aliás tiveram de diminuir no número de peregrinos por casa, para que todos pudessem acolher”, refere, sorridente. Apesar de já não ter os três filhos em casa, adianta que “irão estar nesses dias com os peregrinos, porque também eles querem participar”, indica.

Na dispensa, já tem vários tipos de produtos a pensar nas visitas que vai receber. Tem "salame de chocolate, palmiers, bolos de feijão, bolos de chocolate".

"E para o almoço vou fazer o meu bacalhau espiritual, com puré, cenoura e como eles são franceses, vou por queijo por cima”, descreve. Isabel Marques garante ainda que vai divulgar o concelho, o melhor que sabe. “Eles vão estar sempre ocupados, em atividades, mas queria que eles fossem à igreja connosco. E temos o Museu do Pão, o Museu do brinquedo e o Museu da Eletricidade para visitar”, destaca.

Algumas das refeições vão ser asseguradas por Isabel Marques, que garante que a horta que circunda a sua casa tem tudo o que os peregrinos possam precisar para a alimentação. “Eles têm uma horta à porta de casa, alfaces, cenoura, tomates, morangos, não precisam ir às compras. Tenho tudo pensado, as camas prontas, a comida pensada”, afirma à Renascença.

A professora salienta ainda que “mesmo que não fosse professora de francês, ia ser sempre família de acolhimento, nós vamos receber muito em troca, vou receber mais do que vou dar, novas culturas, novas vivências, coisas novas e depois a nível espiritual acho que nos vão enriquecer muito”.

Comentários
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  • Daniela Costa
    16 jul, 2023 Viana do Castelo 10:40
    Que testemunhos tão tocantes!! Bem-hajam!!

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