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Serviço Jesuíta aos Refugiados. Aumento do número de deslocados em 2023 é "quase certo"

01 jan, 2023 - 11:22 • Henrique Cunha

André Costa Jorge fala numa "espécie de coquetel" que pode levar a uma situação explosiva no próximo ano.

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O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) admite como “quase certo o aumento do movimento de refugiados e de deslocados em 2023”.

Em declarações à Renascença, André Costa Jorge entende que “deve ser levado muito a sério” o alerta do alto-comissariado da ONU para os Refugiados. Aquele organismo internacional afirma que “muitos conflitos podem ficar descontrolados e muito violentos” e que esse cenário “aumentará a complexidade da situação dos refugiados e deslocados”.

O Presidente do Serviço Jesuíta aos Refugiados e Coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados entende que "o crescimento do número de deslocados e de refugiados em 2023 é quase uma certeza".

O responsável diz que a escassez de alimentos, e as alterações climáticas vão “fatalmente aumentar a complexidade da situação”.

André Costa Jorge fala de "uma espécie de coquetel de situações que pode conduzir a uma situação mais explosiva" e dá como “quase certo o aumento do número de refugiados e de descolados”.

Para além do alerta da ONU, o também responsável da JRS acrescenta um outro facto que está relacionado com “uma certa polarização e tensão entre grandes potencias mundiais que poderá levar a que zonas do mundo e países possam ser instrumentalizados neste conflito global”.

Em relação a Portugal, André Costa Jorge considera "muito desafiantes", no novo ano o conjunto de alterações ao quadro legislativo das migrações.

O responsável lembra a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e alerta para a necessidade da nova lei dos estrangeiros ser implementada acompanhada por investimento "em recursos humanos, e na melhoria da rede consular":

Por outro lado, Costa Jorge considera importante que "continue a haver investimento na capacidade de acolhimento sobretudo de população refugiada que continuará a chegar a Portugal na lógica de solidariedade europeia”.

O responsável lembra que em 2022 "Portugal acolheu mais refugiados do que nos últimos 10 anos", sublinhando que "só da Ucrânia chegaram mais de 50 mil pessoas num só ano".

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