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Basílica Real de Castro Verde quer ser monumento nacional

11 ago, 2021 - 10:20 • Rosário Silva

Classificada como imóvel de interesse público, a imponente igreja vai ser alvo de nova intervenção, que contempla a conservação e o restauro do teto pintado em madeira.

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Desde 1993 que é imóvel de interesse público, mas a história e imponência da Basílica Real de Castro Verde, no Baixo Alentejo, justificam o pedido de reclassificação como monumento nacional, contido na proposta que a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) já entregou Direção Geral do Património Cultural (DGPC).

A notícia foi avançada por Ana Paula Amendoeira, no decorrer da assinatura do auto de consignação da terceira fase das obras, que é também a fase mais importante da reabilitação daquele espaço.

Segundo a responsável pela DRCA, atendendo a que a Basílica Real de Castro Verde é um monumento "tão importante para todo o país, era claro para todos que estava classificado muito abaixo daquele que é o valor cultural e patrimonial que tem.”

Ana Paula Amendoeira explicou, também, que o pedido de reclassificação do templo, não poderia ter sido feito antes por causa do mau estado de conservação em que se encontrava.

“Neste momento, como consequência das diferentes ações assumidas, desde 2018, o processo está finalizado e já foi entregue, encontrando-se a seguir os trâmites de avaliação para ser analisado no Conselho Nacional de Cultura”, sublinhou.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, António José Brito, lembrou que todo o processo “enquadra-se nos objetivos de trabalho” do município, e na “articulação alcançada com a paróquia local e a Direção Regional de Cultura do Alentejo, permitindo dar verdadeira relevância a um grande monumento de Castro Verde e de todo o país.”

Para o autarca, a ocasião é de “muita satisfação”, uma vez que “engrandece Castro Verde e todos os castrenses.”

A assinatura do auto de consignação de mais esta fase da reabilitação da Basílica Real, marca o arranque de uma intervenção de maior dimensão, que contempla a conservação e o restauro do teto pintado em madeira.

O investimento, de 310 mil euros, tem um apoio de 75% de fundos comunitários, no âmbito do Programa Alentejo 2020, e é fruto da articulação entre a paróquia de Castro Verde, a Câmara Municipal e a empresa mineira SOMINCOR que, ao abrigo da Lei do Mecenato, assegura 15% da comparticipação nacional.

Recorde-se que o monumento já tinha sido alvo de obras de requalificação. Numa primeira fase, foi efetuada a limpeza manual do telhado, o arranjo de portas e janelas e a pintura total do imóvel. A segunda fase, por sua vez, contemplou a recuperação do coro alto e do nártex.

Um “tesouro” no coração do Alentejo

Templo majestoso, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecida por Basílica Real, marca de forma bem visível o núcleo urbano da vila.

O seu interior é coberto por painéis de azulejos do século XVIII que retratam a Batalha de Ourique, episódio lendário ligado à fundação de Portugal.

O título foi concedido por D. João V, em homenagem à vitória do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, sobre os cinco reis mouros, ocorrida no dia 25 de julho, dia de São Tiago, em 1139.

Na Basílica Real de Castro Verde é possível, também, visitar o seu tesouro, no núcleo museológico de arte sacra. Ali, podem ser apreciadas algumas das alfaias religiosas mais importantes do concelho, provenientes de várias paróquias.

A cabeça-relicário de São Fabião, de Casével, obra-prima da ourivesaria românica peninsular (século XIII), a imagem flamenga de Santa Bárbara, de Entradas (século XV), e um Crucifixo indo-português do século XVII, também desta vila, além da Custódia da própria igreja, são alguns dos tesouros que é possível conhecer.

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