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“Não é comunismo, mas cristianismo em estado puro”, diz Papa

11 abr, 2021 - 11:49 • Aura Miguel

“Deus não exclui ninguém e acredita mais em nós do que nós próprios”, disse esta manhã o Papa na homilia dedicada à festa da divina misericórdia.

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Francisco celebrou missa na Igreja Santo Spirito in Sassia, santuário dedicado à Divina Misericórdia, proclamada por São João Paulo II.

“Para Deus, ninguém é falhado, ninguém é inútil, ninguém é excluído. E Jesus continua hoje a repetir: «A paz esteja contigo, que és precioso aos meus olhos. A paz esteja contigo, que és importante para Mim”, disse Francisco perante um reduzido número de fiéis, escolhidos entre prisioneiros, refugiados, migrantes, profissionais de saúde e pessoas portadoras de deficiência que vivem na cidade de Roma.

Nas reflexões que fez sobre as leituras, o Santo Padre sublinhou o valor da confissão, porque “caímos com frequência e a mão do Pai está pronta a pôr-nos de pé e a fazer-nos caminhar”, ou seja, “é o sacramento que nos levanta, que não nos deixa caídos a chorar sobre as lajes duras das nossas quedas. É o Sacramento da ressurreição, é pura misericórdia.”

Tendo obtido misericórdia, os discípulos tornaram-se misericordiosos. Por isso, Francisco sublinha a passagem dos Atos dos Apóstolos em que «ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum» (4, 32) e conclui: “Não é comunismo, mas cristianismo no seu estado puro. E o facto é ainda mais surpreendente, se pensarmos que aqueles mesmos discípulos, pouco tempo antes, litigavam entre si sobre prémios e honras, sobre qual deles era o maior. Agora partilham tudo, têm um só coração e uma só alma”

Por fim, Francisco convidou cada um a seguir o exemplo dos apóstolos: “Hoje é o dia de nos perguntarmos: Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu perdão, a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do seu Corpo, faço alguma coisa para matar a fome a quem é pobre?”. E concluiu: “Não permaneçamos indiferentes. Não vivamos uma fé a meias, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom. Obtivemos misericórdia, tornemo-nos misericordiosos”.

No final da missa, o Papa permaneceu dentro da Igreja, onde rezou a habitual oração do tempo pascal, “Regina Coeli.

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