20 mar, 2021 - 16:43 • Ângela Roque
A Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) é uma iniciativa anual que reúne os jovens da diocese com o cardeal patriarca de Lisboa. Nas edições anteriores, em que tem decorrido de forma presencial, chegou a juntar mais de 1.200 pessoas de toda a diocese, mas o ano passado foi cancelada, por causa da pandemia. Este ano as condições sanitárias ainda não permitem um regresso à normalidade, mas vai realizar-se, embora em moldes diferentes.
“Este ano quisemos avançar, mesmo que seja de uma forma simbólica”, explica à Renascença João Clemente, diretor do Serviço de Juventude do Patriarcado de Lisboa.
“Não vai ocupar o dia inteiro, como habitualmente, em que os jovens se deslocam de toda a diocese para uma cidade ou vila concreta, mas vamos ter uma catequese com o senhor patriarca, retirada do itinerário 'Rise Up', que é o itinerário das catequeses de preparação para a JMJ”, conta.
A iniciativa vai decorrer via Zoom, entre as 15h00 e as 17h00, e terá vários “momentos musicais, com alguns jovens que irão animar a catequese, textos bíblicos, grupos de partilha, com base na catequese que o senhor patriarca irá dar”.
“Será um encontro de oração, de partilha, em torno do senhor patriarca. É muito importante que os jovens se possam encontrar anualmente com o seu bispo, e encontrarem-se uns com os outros, de tantas partes da diocese de Lisboa”, sublinha João Clemente.
Inscreveram-se na Jornada mais de 600 jovens, mas todos os que quiserem participar não necessitam de inscrição, “podem assistir através das redes sociais, do Youtube e do Facebook, à catequese e ao momento musical. Na parte dos trabalhos de grupo é que não participam nas salas do Zoom, porque há um limite de pessoas que a própria plataforma nos exige”, explica João Clemente, que acredita ser possível chegar a muitos mais jovens. “Quando decorrem presencialmente, as Jornadas têm cerca de 1.200 participantes. Acho que este ano, sendo online, chegaremos a muito mais pessoas, que podem nas suas casas estar a assistir a este encontro”.
Este responsável admite que as restrições impostas pela pandemia têm dificultado a atividade ao nível da Pastoral Juvenil, mas também tem havido muita criatividade nas soluções encontradas.
“Diria que há uma transformação. Nos últimos anos a Pastoral Juvenil, para o bem e para o mal, tem acontecido em torno de eventos onde os jovens se encontram, têm muitas atividades, e isso a pandemia veio dificultar. Por outro lado, houve muitas coisas que aconteceram e que os próprios jovens, com a sua criatividade, conseguiram promover, e neste momento não faltam propostas online, através das plataformas digitais, propostas de encontro, de oração, de grupos bíblicos. Portanto, houve aqui uma transformação. Se calhar estamos a chegar a outras pessoas, de forma diferente, mas isto também é positivo para a própria Pastoral Juvenil se repensar”, sublinha.
Para esta JDJ foi lançada a campanha #rememberjdj, em que os jovens foram desafiados a enviar fotos ou vídeos de Jornadas anteriores em que tenham participado, para “ fazer memória a pensar no futuro, dizer que não nos esquecemos e que nos queremos encontrar uns com os outros e com o patriarca”.
D. Manuel Clemente irá anunciar, este domingo, a data em que a próxima JDJ presencial irá ter lugar.
Dia 23 de março, terça-feira, todos os jovens estão convocados para uma via sacra online, preparada pela Pastoral Universitária de Lisboa e pelos vários Núcleos de Estudantes Católicos, no âmbito da dinâmica de preparação para as Jornada Mundial da Juventude, que Lisboa vai acolher em 2023.
As restrições impostas pela pandemia também têm condicionado a preparação para as Jornadas Mundial da Juventude, mas recentemente o Comité Organizador Diocesano já se reuniu com os coordenadores dos 18 Comités Organizadores Vicariais, e está a fazer o mesmo com os responsáveis dos Comités Paroquiais.
“Numa diocese como a nossa, que é muito grande a nível geográfico, com muitas pessoas e paróquias, tem sido um trabalho muito exigente, mas muito importante. Neste momento, temos cerca de 97% das paróquias já com Comité Organizador Paroquial. São cerca de 260 paróquias, que já têm o seu responsável paroquial para a JMJ”, explica João Clemente.
O diretor do Serviço de Juventude do Patriarcado garante que a Igreja de Lisboa está a preparar-se para receber a JMJ, e que “há muita coisa a acontecer” e “muito trabalho feito, muito trabalho invisível” e envolvendo sobretudo os mais novos.
“Foi pedido que nestes comités vicariais e paroquiais fosse dado protagonismo aos jovens, para que pudessem ter a JMJ como uma coisa deles, e destas 280 pessoas que já estão escolhidas na diocese de Lisboa, a média etária são os 27 anos, o que me parece positivo. As paróquias conseguiram encontrar jovens que assegurassem a coordenação destes comités, por isso são os jovens que estão, de facto, no centro deste movimento, desta força que é a Jornada Mundial da Juventude”, assegura João Clemente.