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Covid-19. CEP reconhece que situação exige “responsabilidade” mas adia decisão sobre missas

20 jan, 2021 - 18:00 • Ecclesia

D. José Ornelas prefere esperar por orientações do Governo, mas diz que os bispos se estão a adaptar para “restringir ao máximo aquilo que possa ser ocasião de contágio”.

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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse, nesta quarta-feira, que as comunidades católicas querem “colaborar ativamente” com toda a sociedade para superar o “pico” da crise pandémica e “inverter a curva ascendente” de contágios e mortes por Covid-19.

“É uma situação que está a evoluir todos os dias, em cada dia tem uma nova dimensão. Nós vamos acompanhando em diálogo com os bispos, ainda esta manhã estivemos em contacto com todos, para ver como estão essas situações”, referiu D. José Ornelas à Agência Ecclesia.

O bispo de Setúbal assinala que a CEP deverá fazer um novo pronunciamento “na próxima semana”, quando o Governo “introduzir novas medidas”, que devem “exigir um esforço muito maior” de todos.

“Como Igreja, tomamos as nossas providências e adaptamos o nosso modo de estar, de funcionar”, acrescenta.

Na quinta-feira da semana passada, a CEP determinou a suspensão ou adiamento das celebrações de batismos, crismas e matrimónios, face à “gravíssima situação” provocada pela pandemia.

“Estamos conscientes da gravíssima situação de pandemia que vivemos neste momento, a exigir de todos nós acrescida responsabilidade e solidariedade no seu combate, contribuindo para superar a crise com todo o empenho”, indicaram os bispos católicos.

D. José Ornelas destaca que “o básico das orientações” está contido nessa nota, onde a CEP destaca que, tendo em conta as orientações governamentais decretadas para o confinamento que se iniciou a 15 de janeiro, as comunidades católicas podem prosseguir “as celebrações litúrgicas, nomeadamente a eucaristia e as exéquias”.


Estamos a adaptar, em cada situação, as formas de atuação nas nossas igrejas, nos nossos movimentos e eventos pastorais, para restringir ao máximo aquilo que possa ser ocasião de contágio”, observa o presidente da CEP.

Para o bispo de Setúbal, é importante fazer todos os possíveis para voltar a “uma normalidade maior”.

É importante que nos empenhemos, com seriedade e responsabilidade, nos nossos comportamentos, renunciando àquilo que é preciso renunciar. Não estamos a sair nem vamos sair desta situação sem sacrifício, sem esforço, sem contenção”, aponta.

O responsável católico lamenta que muitas pessoas “não tenham entendido isso”.

Antes de mais, temos de tomar conta. É importante que todos o façamos, como pessoas, como famílias, como instituições: tomar verdadeiramente conta da gravidade da situação que vivemos”, sustenta.

O presidente da CEP admite que “ninguém previa a enormidade que está a ser, neste momento, o aumento dos contágios no país e o que isso significa de pressão sobre o Sistema Nacional de Saúde”.

“Quando dizemos que prezamos a vida como valor essencial, sobre o qual se apoiam todos os outros valores – porque é o dom fundamental que recebemos de Deus, é o dom da vida – evidentemente, se isto é importante como cidadãos, de um ponto de vista de um cidadão que tem fé, ainda ganha nova importância”, acrescenta.

Esse valor, observa o bispo de Setúbal, “não pode ser, de modo nenhum, subjugado por outros valores, mas deve ser conjugado com eles”, porque a vida, para os católicos, “não é simplesmente uma vida biológica”.

Em 13 de janeiro, o primeiro-ministro anunciou um novo confinamento geral, que permite a celebração de cerimónias religiosas, de acordo com as normas da Direção-Geral da Saúde.

Contudo, os números relativos à Covid-19 têm vindo a subir e muitas têm sido as vozes a pedir o encerramento total das atividades.

O último boletim da DGS indicou um número recorde de 219 mortes e 14.647 novos casos de Covid-19 em 24 horas.

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