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Cardeal Patriarca

"O presépio onde Jesus nasceu pode ser agora a cama de um hospital, o leito de um doente"

24 dez, 2020 - 23:44

Na homilia da Missa do Galo, D. Manuel Clemente pediu que "celebremos o Natal sem passar depressa demais pelo difícil contexto" em que nos encontramos, "tão marcado pela pandemia", e que "sejamos para os outros os presentes que o menino não teve".

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O Cardeal Patriarca de Lisboa pede que, neste Natal, "sejamos para os outros os presentes que o menino não teve", lembrando que "o presépio onde Jesus nasceu pode ser agora a cama de um hospital ou o leito doméstico de um doente" neste ano marcado pela pandemia de Covid-19.

"Celebremos verdadeiramente o Natal", começou por pedir D. Manuel Clemente esta quinta-feira, na homilia da Missa do Galo a que presidiu na Sé Patriarcal de Lisboa. "Celebremo-lo sem passar depressa demais pelas palavras e pelo difícil contexto em que o fazemos este ano, tão marcado pela pandemia e as suas consequências, no campo da saúde, do trabalho e da vida em geral."

Dizendo acreditar que a "fixação no presépio de Belém nos ajudará especialmente no momento atual", D. Manue Clemente destaca que "a solidão que envolvia aquele reduzido grupo" que acompanhou o nascimento de Jesus "pode ser hoje a que entristece tantas pessoas sós e à espera da visita que tarda ou da mensagem que não chega" e pede: "Sejamos para os outros os presentes que o menino não teve; neles nos espera o grande presépio do mundo."

Também por ser "neste contexto que celebramos o Natal de Cristo", o Cardeal Patriarca assume que o Natal "se tornou motivo direto ou indireto de outras coisas, legítimas certamente, como a reunião familiar, as iluminações e as prendas, as saudações e os bons votos a presentes e ausentes".

"Ainda bem que assim foi e continua ser, embora condicionados pelas atuais restrições", destacou D. Manuel Clemente na Missa do Galo.

"Não se reduza a boa vontade, que encontra sempre um modo de chegar aos outros, pois o coração vence as distâncias", acrescentou, antes de contrapor: "Importa, porém, não deixar que outros motivos diluam ou encubram o que realmente originou o Natal, muito menos que o contradigam, como se fizéssemos deste dia algo diferente do que ele foi."

Ao nascer, e "contemplado com persistência e devoção, aquele menino reflete-se em tantos outros, nascidos ou por nascer, cujas famílias também não encontram lugar apropriado e capaz. Entrevemo-lo já, no seu percurso depois, próximo dos pobres de todas as pobrezas, inteiramente solidário em palavras e obras".

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